Um retorno ao Trabalhismo histórico


Por Paulo Cezar Soares e José Pinheiro Júnior/Solidario Notícias
04/07/2019

Presidente nacional do PDT classifica governo de Jair Bolsonaro como desafio à democracia brasileira e ameaça real às conquistas populares no País

O atual governo federal, comandado pelo Sr. Jair Bolsonaro, representa um grande desafio à democracia brasileira, ameaçando conquistas dos trabalhadores e caminhando para um perigoso retrocesso. A afirmação é do ex-ministro do Trabalho dos governos Lula e Dilma Roussef e presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.
Fiel ao legado trabalhista de Getúlio Vargas e Leonel Brizola, Lupi aponta a educação em tempo integral como fundamental para a transformação da sociedade, tornando-a mais justa e solidária.
O ex-ministro do Trabalho confirmou que a candidata do PDT à Prefeitura do Rio de Janeiro será a deputada estadual e ex-chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, e teceu comentários sobre a atual gestão no Executivo carioca, de Marcelo Crivella.

Solidário Notícias – Gostaria que o senhor falasse um pouco sobre o seu trabalho como presidente do PDT

Carlos Lupi – O trabalhismo como um todo é uma corrente de pensamento que sempre está em movimento. Tem que se atualizar, se organizar e se preparar a cada dia para novos desafios. E o novo desafio agora é a luta pela democracia em nosso Pais. Nós julgamos que a democracia no nosso País. Nós julgamos que a democracia no País está sob ameaças graves. Nós estamos vendo que estas forças mais à direita, mais reacionárias no poder tentam simplificar as questões para o Brasil de uma maneira grotesca, achando que a solução para a violência e distribuir mais armas. Sabe-se que isso não resolve nada. A Reforma da Previdência não é a solução para a economia do País, pois retira direitos. Um dos maiores alimentadores da economia são os aposentados e pensionistas, porque quando recebem seus salário colocam o dinheiro para circular. E com dinheiro circulando, compra-se mais, fatura-se mais, mais emprego, mais renda.
Então, o governo que ai está, representado pelo senhor Bolsonaro, é um grande desafio, pois é uma ameaça permanente aos direitos do trabalhador. E a maior prova disso foi a extinção do Ministério do Trabalho, criado pelo presidente Getúlio Vargas. Fui o ministro que mais tempo ficou no ministério – cinco anos. Então, diante de toda esta ameaça, temos que esclarecer à população brasileira o que Bolsonaro representa, e os caminhos que a democracia precisa trilhar para evitar que o autoritarismo volte.

SN – Qual a sua análise em relação à CLT? Muitos dizem que os trabalhadores não perderam nada com as mudanças na CLT. Pelo contrário: até ganharam. O senhor concorda?

CL – Obviamente que não. Quem diz isso é porque nunca trabalhou. Só quem nunca trabalhou pode não dar valor a uma carteira de trabalho e uma legislação trabalhista que existe para proteger o mais fraco na sociedade. Quando você tem uma sociedade no sistema capitalista, que tem capital e trabalho, todos que possuem capital têm como se defender. A parte mais fraca é o tralhador, um oprimido que gera riqueza, que constrói a nação.

Então o trabalhismo, esta corrente de pensamento que o PDT representa, que está se atualizando a cada momento, é a mais profunda e forte ligação para o trabalhador brasileiro. Nós nos alimentamos na defesa de um projeto de nação desenvolvimentista, livre e democrática,cuja base principal seja o trabalhador, e a meta principal a educação com escola de tempo integral para tirar nossas crianças da ignorância.

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