Sérgio Vidigal questiona MPF sobre altos salários de procuradores


Ascom deputado Sérgio Vidigal
26/09/2017

O deputado federal Sergio Vidigal (PDT-ES) questionou o Procurador Regional da República e Secretário Jurídico do Ministério Público Federal (MPF), Alexandre Camanho de Assis, sobre os altos salários de procuradores.
A pergunta foi feita durante audiência pública da Comissão Especial da Câmara dos Deputados (Projeto de Lei 6726/2016), que limita os salários acima do teto constitucional nos Três Poderes.

Sérgio Vidigal questionou os altos salários de 97% dos membros do Ministério Público de São Paulo, que recebem acima do teto do funcionalismo público, graças a gratificações, auxílios, indenizações e outras benesses. A informação foi veiculada pelo jornal a Folha de São Paulo em abril deste ano. Vidigal indagou se esses “penduricalhos” não poderiam ser considerados como uma forma de burlar o disposto na Constituição Federal.

A esse questionamento, o procurador informou que o Conselho do Ministério Público já começou a fazer uma avaliação das parcelas pagas a cada unidade da federação, para que não haja pagamentos acima do teto do funcionalismo público. “Nós temos que dar uma presunção de legitimidade a essas parcelas que estão sendo outorgadas pelo Ministério Público”, disse.

O deputado também questionou sobre a legalidade em torno do auxílio-moradia que é dado a procuradores que vão trabalhar no interior do Brasil.

De acordo com o pedetista, é inadmissível que procuradores recebam o benefício, mas médicos e professores, profissões essenciais para o país, não tenham o benefício quando se deslocam para outras localidades.

“O senhor não acha que o professor e o médico que precisam trabalhar em um local que também não têm profissionais, deveriam ter direito a auxílio-moradia?”, questionou o deputado.

Alexandre Camanhos respondeu que, atualmente, há aproximadamente 1.200 procuradores pelo país para mais de 200 milhões de habitantes, o que obriga o deslocamento desses profissionais.

E ressaltou que o Ministério Público espera que médicos e professores sejam remunerados da melhor maneira possível . “A luta do Ministério Público é que essas categorias essenciais sejam retribuídas de acordo com a dignidade que lhes são próprias”, comentou.

Outra pergunta do parlamentar ao procurador foi sobre a legalidade das gratificações recebidas por causa de exercício acumulativo da profissão.

O representante da Procuradoria Regional disse que o número de procuradores desproporcional ao da população torna o trabalho da categoria mais cumulativo.

“Na medida em que há menos procuradores, eu tenho que exceder a minha atribuição e trabalhar como se fosse mais um colega. Assim, é preciso ter uma contrapartida repositiva extraordinária”, disse.