Quartas Trabalhistas: PDT combate desigualdade racial com formação e organização


Por Bruno Ribeiro/FLB-AP
18/06/2020

“O trabalho do PDT é de desconstrução desses preconceitos sistemáticos a partir dos nossos valores e ideais trabalhistas”, disse o vice-presidente da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP) no Mato Grosso do Sul, Marlon Rodrigues, durante a edição virtual do ‘Quartas Trabalhistas’, realizada nessa quarta-feira (17). Com a mediação do presidente nacional da Fundação, Manoel Dias, o programa abordou o recorrente impacto da desigualdade racial no Brasil e os caminhos para transformação desta realidade a partir da formação e organização da militância.

Com a participação do presidente nacional do Movimento Negro do PDT, Ivaldo Paixão, o debate evidenciou o tensionamento provocado pelo enfraquecimento das políticas sociais a partir do início do governo Bolsonaro, o que justifica a mobilização dos representantes democráticos não só no legislativo, mas também nas ruas.

Para Manoel Dias, o tema é prioritário, tanto que está presente no estatuto desde a sua criação e conta com um movimento representativo e atuante no enfrentamento do bolsonarismo.

“Não haverá futuro pleno e promissor para o Brasil sem a igualdade racial. Por isso, é com orgulho que ressalto a história do nosso partido, que sempre esteve fortemente identificada com a esta causa desde a sua origem”, comentou Dias, que também é secretário-geral da sigla.

Na sua participação, Ivaldo Paixão citou o legado de Leonel Brizola nas históricas lutas sociais, que incluíram a valorização de quadros pedetistas ao longo das suas gestões públicas.

“O PDT tem o compromisso com a questão racial. Brizola sempre abriu espaço para negros em postos de destaque, inclusive nos secretariados dos seus governos no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro. Foi uma mudança de paradigmas”, disse, ao completar: “Não vamos aceitar os retrocessos difundidos pelo presidente da República. A nossa resistência será cada vez mais forte.”

Ao citar a manutenção destes compromissos, Marlon Rodrigues relatou a necessidade contínua de colocar lideranças preparadas para estabelecer relações sólidas com o cidadão na ponta.

“Com o poder da palavra, possibilitamos a análise contínua sobre a realidade e o esvaziamento das vertentes racistas. Por isso, devemos debater reiteradamente com o povo para construir uma nova sociedade e impedir o progresso de movimentos fascistas”, assegurou.

Atuação

Sobre as ações desenvolvidas, Dias aponta a consolidação da formação dos filiados para atuação direta nas bases. Para isso, ele cita o curso sobre política de igualdade racial, que está disponível gratuitamente no site da Universidade Aberta Leonel Brizola (ULB).

“A mobilização dos mais vulneráveis é fundamental. E isso passa pelo convencimento através do diálogo e da difusão do conhecimento. Com o auxílio da Fundação, nós podemos promover a formação política e, consequentemente, a organização da base”, acrescentou.

Com a menção ao novo livro de Ciro Gomes sobre o projeto nacional pedetista, Marlon afirmou que a esquerda sempre teve o papel de levar esperança ao povo e de combater representações racistas e antidemocráticas.

“Ninguém nasce preconceituoso. Isso é produto da sociedade. E diante disso, podemos debater para entender os fatos que acontecem no Brasil e pelo mundo, principalmente com a morte de negros. Um exemplo evidente é a presença de um capitão do mato à frente da Fundação Palmares”, concluiu.