Políticas públicas em prol da sustentabilidade foi tema de debate do Ecotrabalhismo


Por Ester Marques
22/06/2020

No último sábado (20), o movimento Ecotrabalhismo realizou uma webconferência para debater acerca da atual conjuntura ambiental no Brasil. Conduzido pela presidente nacional do movimento, Ivana Groff, o debate teve a contribuição de várias lideranças nacionais e estaduais do partido, dentre elas, o presidente nacional da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP) e secretário-geral nacional do PDT, Manoel Dias. A situação do Ministério do Meio Ambiente, a questão do desmatamento e das queimadas na Amazônia, a Medida Provisória da Grilagem e as eleições municipais foram os principais temas abordados.

Ao inciar o debate, Manoel Dias, falou sobre o governo de Bolsonaro e alertou para o perigo de o meio ambiente vir a ser a área mais afetada pela crise que o País travessa.

“A próxima crise pode ser a do meio ambiente. Se nossos netos, bisnetos, a população, o mundo continuarem desprestigiando o meio ambiente será irreversível. Iremos comprar uma grande calamidade”, prevê o secretário-geral.

Manoel Dias também falou sobre a gestão desorientada do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e ressaltou a necessidade de criação de núcleos de bases para fortalecimento do Ecotrabalhismo em todo Brasil.

“Vamos organizar núcleos de bases do meio ambiente. As pessoas das reservas indígenas não sabem como se defender. Criminosamente esse ministro do meio ambiente quer acabar com as políticas públicas em defesa da natureza. Com isso, nós estamos criando diante do público uma antipatia. Quem vai querer investir no país com um presidente e um ministro desse?”, indagou o presidente da FLB-AP.

O professor da Universidade do Amazonas David Spencer abordou, em sua participação, o cenário de devastação na Amazônia. Ele afirma que o mundo está vivenciando um processo de intensa produção de morte com perda de centenas de pessoas.

“Nos últimos 10 anos, nós tivemos o maior índice de desmatamento na região. Isso foi registrado no mês de abril deste ano com 529 Km² de floresta derrubada, quantidade equivalente ao município de Porto Alegre”, afirma o professor.

Sobre os povos indígenas, David ressaltou que, além do problema de desmatamento na Amazônia, existe ainda o coronavírus, que está agravando ainda mais a situação de saúde dos povos que vivem na região.

“A grilagem, a mineração e o roubo de madeiras em terras indígenas tem promovido a aproximação e a infecção dos povos indígenas com a Covid-19 que é levada para esses territórios por esses agentes da barbárie”, afirmou David Spencer.

Já Nelton Friedrich, vice-presidente do PDT no Paraná, iniciou sua participação fazendo uma retrospectiva do partido e a luta de suas lideranças em relação a sustentabilidade e ao cuidado com a preservação da Amazônia. Logo após ele abordou também a situação do atual gestor da pasta do meio ambiente.

“Estamos vivendo um governo que é genocida e ecocídio. As agressões ao meio ambiente, há muito tempo deixaram de ser agressões simplesmente falando de conservação, sobre as matas, sobre as árvores, sobre a questão da água. Quando falamos sobre agressão ao meio ambiente, estamos falando de agressão a vida, não só animal, vegetal, mas humana”, afirmou Friedrich.

Sobre as eleições municipais deste ano, o vice-presidente da FLB-AP no Rio de Janeiro, Everton Gomes, destacou a importância de identificar os candidatos que estão comprometidos com o modelo de desenvolvimento sustentável, defendido pelo PDT, para crescimento do movimento em cada cidade brasileira.

“É muito importante que nós identifiquemos as candidaturas que são comprometidas com esse modelo de desenvolvimento que nós defendemos no PDT. Vamos procurar quem tem interesse em defender a bandeira ambiental”, destacou Everton Gomes que também é secretário Nacional de assuntos econômicos do PDT.