PDT recebe Carter Center para um painel político-eleitoral do Brasil


Da Redação
09/06/2022

ONG planeja monitorar as eleições presidenciais e emitir relatórios sobre o processo

 

A assessoria jurídica do PDT recebeu representantes do Carter Center para uma conversa sobre o cenário eleitoral do Brasil em 2022, na manhã desta quinta-feira (9), na sede nacional do partido em Brasília. Os integrantes da ONG norte-americana que acompanha eleições em vários países queriam saber, na visão dos pedetistas, quais eram os principais desafios para o pleito que acontece em novembro.

Os advogados do partido Ian Rodrigues Dias e Marcos Ribeiro, além do presidente do PDT-DF, Georges Michel, e de outros partidários presentes, explanaram o que existe de mais preocupante na corrida eleitoral. De acordo com os trabalhistas, o ambiente polarizado e os ataques de Bolsonaro às instituições democráticas brasileiras – sobretudo ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – são os pontos de maior atenção no próximo pleito.

“Vivemos um ambiente político, especialmente para as próximas eleições, calcado na polarização, em que tentam anular qualquer outra alternativa fora desses dois polos. Por outro lado, sentindo que pode perder, o presidente da República e seu grupo político criam factoides que tentam desacreditar tanto o processo eleitoral como a própria justiça, a fim de, lá na frente, ter um pretexto para uma atuação mais grave”, expôs Marcos Ribeiro.

Essa atuação mais grave pode ser lida como tentativa de golpe por parte de Bolsonaro e seus aliados. São muitas as declarações presidenciais de que não aceitaria um resultado diferente de uma vitória. A narrativa mais recente desse grupo é que, caso não vença no primeiro turno, será por fraude do sistema eleitoral, segundo eles, ilegítimo e não auditável, o que já foi desmentido pelo próprio presidente do TSE, Edson Fachin, por analistas do órgão e por representantes da sociedade civil.

Os pedetistas acreditam que o trabalho de observação, tanto da Carter Center como de outras ONGs, pode evitar uma situação extrema.

“Esse processo eleitoral será extremamente violento e iniciativas de observação como essa serão necessárias para arrefecer os ataques à democracia praticados pela direita brasileira. Pode haver uma tentativa de golpe agora no processo eleitoral. Um trabalho como esse, de monitoramento imparcial feito por organizações internacionais, pode anular possíveis ataques”, analisou Michel.

A Carter Center é uma organização sem fins lucrativos de Direitos Humanos, fundada pelo ex-presidente norte-americano Jimmy Carter – historicamente ligado ao trabalhismo brasileiro por asilar Brizola na década de 1970 –, que atua também monitorando processos eleitorais em diferentes países. Seu objetivo no Brasil, este ano, é acompanhar as eleições presidenciais a fim de atestar a lisura do processo.

Em contato com todos os partidos políticos do país, a ONG pretende criar um plano de trabalho capaz de embasar o acompanhamento das eleições presidenciais brasileiras e, posteriormente, gerar relatórios capazes de espelhar com transparência a dinâmica eleitoral deste ano.