PDT expulsa Cherini e pune deputados contra Dilma


OM - Ascom PDT/EI / midia

O Diretório Nacional do PDT decidiu nesta segunda-feira (30) punir os seis deputados federais que contrariando a orientação da Excutiva, referendada pelo próprio Diretório Nacional por unanimidade, votaram a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.  Dos seis, dois presidentes estaduais eleitos foram afastados da direção do PDT, no Espírito Santo e em Goiás, outros dois – presidentes de comissões provisórias, em Minas Gerais e Amazonas, também foram afastados da direção estadual, além de serem suspensos dos quadros partidários pelo prazo de 40 dias.

A punição mais grave foi a aplicada ao deputado Giovani Cherini, que não só votou como fez campanha a favor do impechment, punido com a expulsão da legenda – embora seja o deputado federal mais votado do Rio Grande do Sul e estivesse há 28 anos no partido, pelo qual se elegeu deputado estadual em mais de uma oportunidade e também deputado federal.

Outro tema discutido na reunião do Diretório Nacional foi a participação ou não no Governo Temer, ficando decidido que o PDT ficará de fora – não aceitará cargos nem que  Michel Temer consiga ultrapassar ao período de interinidade em que se encontra. O PDT também reiterou a sua disposição de disputar a presidência da REpública nas eleições de 2018, com a candidatura de Ciro Gomes – que compareceu à reunião e foi um dos principais oradores do encontro – quando fez um detalhado balanço do governo Temer e do momento político, com graves acusações ao presidente em exercício. 

Os outros parlamentares punidos foram Sérgio Vidigal (ES), Flávia Morais (GO), Hissa Abrahão (AM), Mário Heringer (MG) e Subtenente Gonzaga (MG). A Comissão de Ética do partido decidiu também, junto com a Executiva do partido, suspender a punição aos senadores que votaram pelo impeachment, Acyr Gurcagz e Lasier Martins,  levando em conta que o Senado ainda vai julgar o mérito do impeachment de Dilma e os votos ainda podem ser revertidos a favor da presidente temporariamente afastada.

O único senador que votou de acordo com a diretriz da Executiva, a favor de Dilma, foi o senador Telmário Miranda (Roraima).

As votações das punições foram feitas de forma individual, caso a caso, mediante apresentação dos pareceres produzidos pelos membros da Comissão de Ética que avaliaram, caso a caso, a situação de cada deputado. Nesse sentido, as penas foram aplicadas de forma gradual, como prevê o estatuto do partido, nos casos em que o parlamentar não cumpre as determinações coletivas da direção do partido.

Todos, exceto Cherini, foram suspensos por 40 dias e perderam cargos na direção do partido e, também, nas comissões temáticas da Câmara dos Deputados, onde são indicados pelo partido. 

Os diretórios estaduais eleitos que tiveram seus titulares afastados – Espírito Santo e Goiás – serão comandados por interventores indicados pela Direção Nacional.  Nos diretórios estaduais a cargo de comissões provisórias, Minas e Amazonas, a direção nacional já providenciou o afastamento das antigas direções e designou novos titulares para essas comissões – em Minas a militante Sirley e, no Amazonas, o ex-presidente Stones.

IMG_0973De acordo com o Comitê de Ética do PDT, a expulsão de Cherini – único dos seis parlamentares que não se apresentou perante o Comitê para prestar esclarecimentos – deve-se à suas manifestações explícitas dele contra a orientação da direção do PDT, antes, durante e depois o processo de impeachment na Câmara dos Deputados.

De acordo com os levantamentos, Cherini não apenas votou contra, como tentou cooptar votos contra a presidente Dilma via conversas com seus colegas deputados, entrevistas para a mídia e também manifestações via redes sociais. Cherini também atacou publicamente a decisão da direção do partido de apoiar Dilma.

Em relação às próximas eleições – os parlamentares punidos com penas de suspensão de 40 dias de suas atividades partidárias, só poderão concorrer a cargos eletivos com a expressa permissão da direção nacional do partido.

Em nota enviada à imprensa, assim que soube da decisão no Rio,  Sergio Vidigal disse que não se arrependia de ter votado a favor do impeachment, por essa decisão ter sido tomada segundo o que ouviu de seus eleitores, e que faria tudo novamente. O deputado acrescentou ainda que, pelo seu voto, recebeu ameaças e pressões. “Por essa minha coragem, sofri ameaças, recebi pressões, perdi meu espaço na executiva nacional do partido. Mas mantive meu compromisso com a democracia. Continuo, com muito orgulho, na família PDT, partido de toda a minha história politica”, diz.