O insuperável Getúlio Vargas

Em um momento de frustrações com os episódios  envolvendo o Senado Federal - mergulhado em denúncias de corrupção - e com o presidente Lula empenhado pessoalmente na defesa do senador José Sarney, cabe refletir sobre uma data, em agosto, que indiscutivelmente marcou o país e os brasileiros.
 
A manhã do dia 24 de agosto encerrou a agonia vivida pelo presidente trabalhista Getúlio Vargas, acossado por uma torrente de denúncias e lutando bravamente para preservar a legitimidade do mandato que conquistara, e o colocara de novo no Palácio do Catete pelos braços do povo.
 
Cinquenta e cinco anos nos distanciam desse dia fatídico, que abalou o Brasil. Poucas horas depois de confirmado o suicídio do presidente Vargas, a comoção e o desespero tomaram conta do povo nas ruas do Rio de Janeiro e em todo o país. O pai dos pobres estava morto, o artífice das conquistas sociais e do Brasil moderno, saíra da vida para entrar na História.
 
Imortalizado, Getúlio Vargas e sua obra ainda assombram os homens que o sucederam na presidência da República, especialmente os dois últimos, Fernando Henrique Cardoso e Luis Inácio Lula da Silva. O primeiro, em frase célebre, afirmou ao assumir o governo que sua meta era “acabar com a Era Vargas”. Empenhado em privatizar o patrimônio público, nada mais natural que Fernando Henrique vislumbrasse no ideal nacionalista de Vargas o maior obstáculo a enfrentar para concretizar sua sanha neoliberal, e assim, satisfazer a vontade do mercado. O presidente Lula,  cuja origem popular naturalmente o aproximaria de Vargas, aos poucos vai assumindo feições oligárquicas. Na luta em defesa de Sarney como presidente do Senado, o presidente Lula não economizou retórica para inadequadamente compará-lo com o presidente Vargas. 
 
Surpreendente é a força de Getúlio Vargas para interferir nesta realidade, passados 55 anos da sua morte.  Ao invocá-lo em momentos de glória ou desespero, os atuais mandatários da nação contribuem para fortalecê-lo e, mais que isso, conseguem retirá-lo do passado como exemplo de ícone insuperável.

Adroaldo Loureiro é o Líder da bancada estadual do PDT-RS
Em um momento de frustrações com os episódios  envolvendo o Senado Federal – mergulhado em denúncias de corrupção – e com o presidente Lula empenhado pessoalmente na defesa do senador José Sarney, cabe refletir sobre uma data, em agosto, que indiscutivelmente marcou o país e os brasileiros.
 
A manhã do dia 24 de agosto encerrou a agonia vivida pelo presidente trabalhista Getúlio Vargas, acossado por uma torrente de denúncias e lutando bravamente para preservar a legitimidade do mandato que conquistara, e o colocara de novo no Palácio do Catete pelos braços do povo.
 
Cinquenta e cinco anos nos distanciam desse dia fatídico, que abalou o Brasil. Poucas horas depois de confirmado o suicídio do presidente Vargas, a comoção e o desespero tomaram conta do povo nas ruas do Rio de Janeiro e em todo o país. O pai dos pobres estava morto, o artífice das conquistas sociais e do Brasil moderno, saíra da vida para entrar na História.
 
Imortalizado, Getúlio Vargas e sua obra ainda assombram os homens que o sucederam na presidência da República, especialmente os dois últimos, Fernando Henrique Cardoso e Luis Inácio Lula da Silva. O primeiro, em frase célebre, afirmou ao assumir o governo que sua meta era “acabar com a Era Vargas”. Empenhado em privatizar o patrimônio público, nada mais natural que Fernando Henrique vislumbrasse no ideal nacionalista de Vargas o maior obstáculo a enfrentar para concretizar sua sanha neoliberal, e assim, satisfazer a vontade do mercado. O presidente Lula,  cuja origem popular naturalmente o aproximaria de Vargas, aos poucos vai assumindo feições oligárquicas. Na luta em defesa de Sarney como presidente do Senado, o presidente Lula não economizou retórica para inadequadamente compará-lo com o presidente Vargas. 
 
Surpreendente é a força de Getúlio Vargas para interferir nesta realidade, passados 55 anos da sua morte.  Ao invocá-lo em momentos de glória ou desespero, os atuais mandatários da nação contribuem para fortalecê-lo e, mais que isso, conseguem retirá-lo do passado como exemplo de ícone insuperável.

Adroaldo Loureiro é o Líder da bancada estadual do PDT-RS