Na OAB, Ciro Gomes diz que ninguém sabe dizer o rumo que o País está seguindo


Ester Marques
27/08/2019

O vice-presidente nacional do PDT, Ciro Gomes, participou, nesta terça-feira (27), no Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Brasília, da Audiência Pública para Debater as Privatizações de Empresas Estatais e suas Subsidiárias. O encontro foi organizado após um anúncio recente do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre seu desejo de privatização de 17 estatais.

A audiência teve a mediação do presidente da Comissão Especial de Advocacia em Estatais, Carlos Castro, com a participação da ex-senadora gaúcha Ana Amélia e do professor titular do Instituto de Economia da Unicamp, Fernando Nogueira da Costa.

Ciro Gomes defendeu que a falta de um projeto nacional representa um obstáculo à clareza de um debate sobre privatizações e afirma que o Brasil está completando agora a pior década em matéria de desenvolvimento econômico dos últimos 120 anos.

“Tento colocar, nesse ambiente de paixões e ódios que interditam a inteligência brasileira, que privatização não deve ser uma coisa religiosamente vista, porque não é boa e nem má por si. Nenhum brasileiro é capaz de saber para onde está indo nosso país em matéria de indústria, ciência e tecnologia, inovação, educação, saúde e segurança pública. Ou seja, falta ao Brasil um projeto nacional e sem esse projeto nacional, desfazer-se do patrimônio apenas por prostração ideológica pode ser um mal irreparável para a sorte do país”, afirmou.

Carlos Castro destacou o caráter apartidário do debate e a importância de estudos sobre o impacto da venda dessas estatais para o Brasil.

“As privatizações despertam uma preocupação. Não foi apresentado nenhum estudo técnico do impacto, não houve um debate com a sociedade, tão pouco com as entidades de classe que representam as instituições que estão sendo postas à venda sem nenhum critério. No momento em que promove uma audiência pública, a OAB não tem nada a ver com nenhum partido ou discussão partidária. O que queremos é transparência e isso é uma marca da nossa instituição que há quase um século vem defendendo a sociedade, os direitos humanos e as causas sociais”, disse o presidente da comissão.