Manifesto MAPI-PDT

Em razão dos últimos acontecimentos que abalaram a democracia brasileira, que culminaram com o afastamento da Presidenta Dilma Rousseff – legitimamente eleita, com 54 milhões de votos –, a direção nacional do Movimento de Aposentados, Pensionistas e Idosos (MAPI-PDT) traz para reflexão dos companheiros pedetistas um pronunciamento do saudoso líder Leonel Brizola, proferido em julho de 2000.

Como de todo líder nato, suas palavras, após 16 anos, continuam historicamente perfeitas; inclusive no que se refere a traições de nossos representantes, que segundo sua definição, ocorrem “aí por um prato de lentilha”:

 

“Companheiras e companheiros, volta e meia, fixo o meu pensamento naquele episódio da nossa história, que foi a invasão holandesa. Aquela invasão e a derrota dos invasores é uma história muito rica.

Se nós nos detivermos ali nós vamos encontrar os nossos caminhos.

Se vocês verificarem – e verificarem bem – não foram os exércitos portugueses que vieram aqui tirar, colocar os holandeses para fora; nem uma grande armada dos nossos colonizadores; não foram sequer as autoridades coloniais, que aqui detinham todo o poder e as armas disponíveis.

Ao contrário: praticamente nada fizeram para armar aqueles que não se conformavam que o território brasileiro fosse ocupado pelos holandeses.

E quem eram esses?

Era a gente desconhecida; era gente simples, pobre: ex- escravos que, através da sua rebeldia, reconquistavam a sua liberdade; eram miscigenados; eram brancos pobres, várias gerações, chefiados por condutores improvisados, mas inatos.

Era a nação brasileira – de uma forma inorgânica – que foi surgindo ali, botando a cabeça de fora. Praticamente brigando com as armas mais primitivas: desde o simples porrete.

Os índios, outros que participaram ativamente.

Era aquela natureza humana que brotava desta terra, já com a vocação para fundar a sua pátria, uma nação.

Foi essa garra que derrotou os holandeses, quando já negociavam – as cortes europeias – o reconhecimento do domínio português, de Salvador para baixo; deixando os holandeses lá ocupando aquele vasto território do país.

Quer dizer: aquela gesta, aquela epopeia teve os seus heróis. Mas teve também os seus entregadores. Teve também os seus traidores.

Olha, houve, especialmente, um tipo que ficou como um testemunho que, muitas vezes, precisa ocorrer no curso destas lutas que marcam a história dos povos. Ele foi o tipo que talvez precisasse existir para mostrar, também, como foi a fibra dos que libertaram o solo brasileiro do domínio holandês.

Eu acho que nós estamos vivendo um período – claro que isto é outro tempo – em que nós temos que cultivar o princípio de firmeza muito rígido entre nós.

Eu lamento que tenhamos companheiros pensando e agindo diferente. Não inspirados no calor das posições; mas porque estão aí por um prato de lentilha.

Eu lamento que isso ocorra. Lamento, porque isso não seria um procedimento para um verdadeiro trabalhista; para um verdadeiro patriota.

E quem não vê que nós não podemos, de maneira alguma, pactuar com tudo isso? Com essa entrega vergonhosa do país aos interesses estrangeiros. O que mais que não é dos estrangeiros, neste país?

Agora urge, companheiros!

Há poucos dias, começou o desmantelamento da Petrobras. Isso não é nada sem importância. Agora mesmo, os funcionários da refinaria lá de Porto Alegre estão em greve, porque já venderam 20% ou 30% da refinaria a grupos estrangeiros.

É isto que está acontecendo, como se fosse rotina na vida brasileira. Ninguém mais estranha. E tudo vem ocorrendo.

Podem crer que, se desaparecer a resistência do nosso Partido, é porque vai cessar toda a resistência. Nestes tempos, pelo menos, que governo.

Nós somos a resistência do povo brasileiro”.

Em razão dos últimos acontecimentos que abalaram a democracia brasileira, que culminaram com o afastamento da Presidenta Dilma Rousseff – legitimamente eleita, com 54 milhões de votos –, a direção nacional do Movimento de Aposentados, Pensionistas e Idosos (MAPI-PDT) traz para reflexão dos companheiros pedetistas um pronunciamento do saudoso líder Leonel Brizola, proferido em julho de 2000.

Como de todo líder nato, suas palavras, após 16 anos, continuam historicamente perfeitas; inclusive no que se refere a traições de nossos representantes, que segundo sua definição, ocorrem “aí por um prato de lentilha”:

 

“Companheiras e companheiros, volta e meia, fixo o meu pensamento naquele episódio da nossa história, que foi a invasão holandesa. Aquela invasão e a derrota dos invasores é uma história muito rica.

Se nós nos detivermos ali nós vamos encontrar os nossos caminhos.

Se vocês verificarem – e verificarem bem – não foram os exércitos portugueses que vieram aqui tirar, colocar os holandeses para fora; nem uma grande armada dos nossos colonizadores; não foram sequer as autoridades coloniais, que aqui detinham todo o poder e as armas disponíveis.

Ao contrário: praticamente nada fizeram para armar aqueles que não se conformavam que o território brasileiro fosse ocupado pelos holandeses.

E quem eram esses?

Era a gente desconhecida; era gente simples, pobre: ex- escravos que, através da sua rebeldia, reconquistavam a sua liberdade; eram miscigenados; eram brancos pobres, várias gerações, chefiados por condutores improvisados, mas inatos.

Era a nação brasileira – de uma forma inorgânica – que foi surgindo ali, botando a cabeça de fora. Praticamente brigando com as armas mais primitivas: desde o simples porrete.

Os índios, outros que participaram ativamente.

Era aquela natureza humana que brotava desta terra, já com a vocação para fundar a sua pátria, uma nação.

Foi essa garra que derrotou os holandeses, quando já negociavam – as cortes europeias – o reconhecimento do domínio português, de Salvador para baixo; deixando os holandeses lá ocupando aquele vasto território do país.

Quer dizer: aquela gesta, aquela epopeia teve os seus heróis. Mas teve também os seus entregadores. Teve também os seus traidores.

Olha, houve, especialmente, um tipo que ficou como um testemunho que, muitas vezes, precisa ocorrer no curso destas lutas que marcam a história dos povos. Ele foi o tipo que talvez precisasse existir para mostrar, também, como foi a fibra dos que libertaram o solo brasileiro do domínio holandês.

Eu acho que nós estamos vivendo um período – claro que isto é outro tempo – em que nós temos que cultivar o princípio de firmeza muito rígido entre nós.

Eu lamento que tenhamos companheiros pensando e agindo diferente. Não inspirados no calor das posições; mas porque estão aí por um prato de lentilha.

Eu lamento que isso ocorra. Lamento, porque isso não seria um procedimento para um verdadeiro trabalhista; para um verdadeiro patriota.

E quem não vê que nós não podemos, de maneira alguma, pactuar com tudo isso? Com essa entrega vergonhosa do país aos interesses estrangeiros. O que mais que não é dos estrangeiros, neste país?

Agora urge, companheiros!

Há poucos dias, começou o desmantelamento da Petrobras. Isso não é nada sem importância. Agora mesmo, os funcionários da refinaria lá de Porto Alegre estão em greve, porque já venderam 20% ou 30% da refinaria a grupos estrangeiros.

É isto que está acontecendo, como se fosse rotina na vida brasileira. Ninguém mais estranha. E tudo vem ocorrendo.

Podem crer que, se desaparecer a resistência do nosso Partido, é porque vai cessar toda a resistência. Nestes tempos, pelo menos, que governo.

Nós somos a resistência do povo brasileiro”.