Leonel de Moura Brizola: Um verdadeiro líder brasileiro que amava o seu país


Por Ester Marques
21/06/2021

Hoje, dia em que o PDT relembra os 17 anos do falecimento de Leonel de Moura Brizola, resgatamos um discurso proferido pelo pedetista, em 27 de março de 1963, na Câmara dos Deputados, quando ainda era deputado federal. O líder trabalhista expressava-se inconformado com o tamanho descaso dos gestores para com grande parte da população brasileira que vivia na pobreza.

“Bastaria que houvesse um pouco de compreensão neste País, por parte de alguns poucos, e estaríamos resolvendo amplamente as nossas dificuldades. Mas é justamente este egoísmo, estes sentimentos desumanos que enfaixam em suas mãos o poder de decisão, que tudo dificulta”, afirmava Brizola.

Intrigantemente, sua fala nos remete muito à atual realidade no Brasil. Esse cenário relatado pelo trabalhista ainda é vigente, após 58 anos, no campo político. De norte a sul do País, após o surgimento da pandemia do Covid-19, nos deparamos com uma fragilidade em áreas estruturais que estão escancaradas para o mundo ver. E, como se não bastasse, temos na direção do Brasil um governo desumano, ancorado no negacionismo e que cada vez mais preocupados apenas com os seus próprios interesses.

Em todos os discursos de Leonel Brizola, percebemos uma coerência indiscutível em suas falas. Todas se tratavam, exclusivamente, dos interesses do povo brasileiro: Igualdade social, econômica e educação para crianças e jovens.

“Não poderei ficar aqui em Brasília, por exemplo, por 4 anos, com meu apartamento, com automóvel, aqui no ar-condicionado, ganhando os vencimentos que ganhamos e com isso não quero dizer que sejam desnecessários, mas grandes são. Não poderei ficar na grandeza da nova Capital, coexistindo com 160 mil favelados, multidão faminta, sedenta de justiça social. Dirão os Srs. Deputados que não é culpa do Congresso, mas do Executivo. É culpa de ambos. Tudo isso é decorrência dessa ordem jurídica”.

Em sua fala, o líder pedetista solicitava, urgentemente, às classes dominantes do Brasil, que encaminhassem em seus projetos da Câmara os anseios da população.

“Quando faço certas afirmações num chamamento à responsabilidade deste congresso, das classes dominantes, dos que detém o poder real deste País nas mãos, dos que com um pouco de generosidade apenas poderiam encaminhar a nossa realidade para outros rumos, outras perspectivas”.

Ao final de seu discurso, Brizola se mostrou um verdadeiro líder trabalhista que amava o seu país e trabalhava, unicamente, por garantia de direitos.

“Pedimos assim, que estas classes dominantes, que as maiorias do Congresso sejam humanas, não sejam tão anticristãs, apegadas aos seus lucros e interesses. Que façam estas transformações, para que o nosso povo não seja jogado na guerra civil e para que não vejamos o derramamento de sangue, a luta de irmãos contra irmãos.