Jackson Lago à "Folha": Corrigir erros é da natureza humana

Em entrevista para Sílvia Freire, da Agência Folha, o governador  Jackson Lago (PDT) disse que espera que o TSE corrija a decisão de cassar o seu mandato tomada na madrugada da última quarta-feira (4/3). Para Lago, se forem mantidos os "equívocos" do julgamento  - nem José Serra (PSDB),  nem Aécio Neves (PSDB), nem a Dilma Rousseff (PT) poderão ser candidatos à Presidência em 2010 porque os três tem viajado pelo país.

 

FOLHA - Como o sr. avaliou o julgamento de quarta-feira no TSE?

JACKSON LAGO - Não deixou de ser uma surpresa. Mas, conversando com os advogados, eles observaram que há alguns equívocos. Fui incriminado porque fui à festa de aniversário do município de Codó [MA], que foi em abril de 2006, muito antes das convenções partidárias, que são em junho. Nesta linha, nem o governador [de São Paulo, José] Serra [PSDB], nem o governador [de Minas] Aécio Neves [PSDB] nem a ministra Dilma [Rousseff, da Casa Civil, do PT] poderão ser candidatos [à Presidência] porque estão viajando.


 

FOLHA - O TSE está impedindo os políticos de fazerem política?

LAGO - Há uma expressão em voga que é a judicialização da política. Há quem ache que a Justiça Eleitoral está tendo papel mais avançado porque o Congresso Nacional deixou de tomar decisões e de oferecer estruturas legais. Acho que é importante que haja zelo pelo processo eleitoral, mas não apequene a vontade do eleitor... Está sendo desrespeitada [a vontade do eleitor]. Mas acreditamos que os equívocos sejam corrigidos pelos ministros. Reexaminar e corrigir o erro também é da natureza humana.

 

FOLHA - O fato de o sr. ter disputado a eleição contra a família Sarney influenciou a decisão do tribunal?

LAGO - A partir de 1985, os Estados vizinhos fizeram alternância de poder, mas o Maranhão, não. Desde então o dr. [José] Sarney sempre continuou no poder. Em 2002, tive 42% dos votos para governador e o candidato do Sarney, 48%. Mas o Sarney conseguiu em Brasília anular os votos de quem tinha 5% [dos votos; ele refere-se a Ricardo Murad, que teve os votos anulados por ter sido considerado inelegível]. Com isso não teve segundo turno. Poderíamos ter chegado ao governo em 2002. Em 2006, vencemos a mais importante joia da coroa, a própria filha dele [senadora Roseana Sarney, do PMDB] e isso para eles é inaceitável. E vão elaborando estas coisas [recursos].


 

FOLHA - Na hipótese que não a decisão não seja modificada, o sr. pensa em disputar o governo em 2010?

LAGO - Eu estou a serviço de uma causa. Se na época da eleição puder ser útil, serei um militante firme.

 

FOLHA - A cassação muda alguma coisa no seu governo?

LAGO - Não, não muda nada.


 

FOLHA - Mas causa preocupação?

LAGO - Sem dúvida alguma. Se este afastamento acontecer, não podemos deixar que se crie um clima de desesperança na população. De que os poderosos conseguem tudo. Não podemos voltar ao tempo em que não se tinha esperança.


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FOLHA – Como o sr. avaliou o julgamento de quarta-feira no TSE?

JACKSON LAGO – Não deixou de ser uma surpresa. Mas, conversando com os advogados, eles observaram que há alguns equívocos. Fui incriminado porque fui à festa de aniversário do município de Codó [MA], que foi em abril de 2006, muito antes das convenções partidárias, que são em junho. Nesta linha, nem o governador [de São Paulo, José] Serra [PSDB], nem o governador [de Minas] Aécio Neves [PSDB] nem a ministra Dilma [Rousseff, da Casa Civil, do PT] poderão ser candidatos [à Presidência] porque estão viajando.


 

FOLHA – O TSE está impedindo os políticos de fazerem política?

LAGO – Há uma expressão em voga que é a judicialização da política. Há quem ache que a Justiça Eleitoral está tendo papel mais avançado porque o Congresso Nacional deixou de tomar decisões e de oferecer estruturas legais. Acho que é importante que haja zelo pelo processo eleitoral, mas não apequene a vontade do eleitor… Está sendo desrespeitada . Mas acreditamos que os equívocos sejam corrigidos pelos ministros. Reexaminar e corrigir o erro também é da natureza humana.

 

FOLHA – O fato de o sr. ter disputado a eleição contra a família Sarney influenciou a decisão do tribunal?

LAGO – A partir de 1985, os Estados vizinhos fizeram alternância de poder, mas o Maranhão, não. Desde então o dr. [José] Sarney sempre continuou no poder. Em 2002, tive 42% dos votos para governador e o candidato do Sarney, 48%. Mas o Sarney conseguiu em Brasília anular os votos de quem tinha 5% [dos votos; ele refere-se a Ricardo Murad, que teve os votos anulados por ter sido considerado inelegível]. Com isso não teve segundo turno. Poderíamos ter chegado ao governo em 2002. Em 2006, vencemos a mais importante joia da coroa, a própria filha dele [senadora Roseana Sarney, do PMDB] e isso para eles é inaceitável. E vão elaborando estas coisas [recursos].


 

FOLHA – Na hipótese que não a decisão não seja modificada, o sr. pensa em disputar o governo em 2010?

LAGO – Eu estou a serviço de uma causa. Se na época da eleição puder ser útil, serei um militante firme.

 

FOLHA – A cassação muda alguma coisa no seu governo?

LAGO – Não, não muda nada.


 

FOLHA – Mas causa preocupação?

LAGO – Sem dúvida alguma. Se este afastamento acontecer, não podemos deixar que se crie um clima de desesperança na população. De que os poderosos conseguem tudo. Não podemos voltar ao tempo em que não se tinha esperança.

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