Inspirado em Getúlio Vargas, Ciro enaltece Projeto Nacional de Desenvolvimento


Por Bruno Ribeiro / FLB-AP
09/10/2020

Progresso nacionalista foi exaltado pelo pedetista durante seminário virtual sobre a Revolução de 30

Em uma defesa enfática do Brasil soberano, o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, colocou Getúlio Vargas como uma das principais representações na constante construção, com a marca do Trabalhismo, do Projeto Nacional de Desenvolvimento (PND). A menção foi feita, nesta quinta-feira (8), durante o seminário virtual promovido pelo PDT e a Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP) em homenagem aos 90 anos da Revolução de 30, celebrada, oficialmente, no dia 3 de outubro.

No painel de encerramento do evento organizado pelo Centro de Memória Trabalhistas (CMT) e mediado pela vice-presidente estadual do PDT de São Paulo, Gleides Sodré, o pedetista analisou o “Desenvolvimentismo de Vargas”, bem como todo o seu legado transformador, acompanhado do doutor em economia e professor da Unicamp, Luiz Gonzaga Beluzzo, e do geólogo e ex-diretor da Petrobras, Guilherme Estrella.

Para Ciro, que também é vice-presidente nacional do partido, o protagonismo do ex-presidente durante o governo provisório representou um ponto de modificação marcado na trajetória do país. A partir do movimento popular e nacionalista deflagrado por militares, seu perfil visionário, segundo o pedetista, consolidou-se em prol do Brasil moderno e social, como traduzido na garantia de direitos, vide a criação do Ministério do Trabalho.

“Gratidão aos revolucionários, como o Getúlio Vargas, que deram sua própria vida para a construção de uma nação chamada Brasil, que hoje está sendo levada à breca por esses ‘anões morais’, incompetentes, entreguistas e vendilhões da pátria que nos governam”, afirma, pontuando a subtração de direitos e entrega de bens pela gestão Bolsonaro.

“O Getúlio tem uma lista de realizações que o coloca como maior estadista, sem rival, da história brasileira”, garante Ciro, indicando citações no seu livro ‘Projeto Nacional: O Dever Da Esperança’, lançado em 2020.

Diante da defesa da integração da força produtiva e do incentivo de Estado baseado em princípios, como os do Keynesianismo e de Alberto Pasqualini, Ciro faz ainda uma análise conjuntural do impacto do trabalhista em uma realidade retrógrada e escravagista.

“A ideia de tentar associar a virtude, o talento e a energia fecunda, que pode ter a iniciativa privada, com o estado nacional poderoso para ser capaz de criar uma emulação e extrair, dessa parceria, não só na proteção da força de trabalho, mas também os excedentes para financiar a superação da miséria, da desigualdade, do hiato de infraestrutura e de todo o desenho da indústria de base”, relatou, ao finalizar: “Getúlio é genial, sem muito precedentes”.

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Mencionando as decisões implementadas durante a gestão, Luiz Gonzaga Beluzzo enalteceu a edificação de um caminho marcado pela busca de um país mais igual e justo na proteção da vida e da renda da população. “Getúlio Vargas foi, certamente, o maior estadista brasileiro”, ratificou, citando a expansão estatal como matriz impulsionadora da industrialização.

“Quem estuda a história do Brasil, mesmo que superficialmente, percebe que a Revolução de 30 foi uma ruptura modernizadora na sociedade brasileira. Foi a construção de um novo Brasil após a República Velha”, acrescentou, ao criticar as reformas do governo Bolsonaro.

Ao ratificar a visão integradora do governo, Guilherme Estrella detalha a série de delimitações decretadas por Vargas no sentido de resguardar as riquezas da nação.

“O espírito da Revolução de 30 tinha uma ideia moderna e atualizada de que a industrialização dependia, fundamentalmente, da oferta de energia”, comenta, diante da citação do atraso do país no setor gerador e transmissor, até o início do século XX.

No processo de organização das fontes energéticas, Estrella menciona a atenção varguista para a regulamentação do uso da água a partir do potencial hidroelétrico, considerado estratégico para o novo momento do país.

“Getúlio veio com o projeto nacional e desenvolvimentista e instalam um governo nacionalista. Com toda uma infraestrutura administrativa, considerava a energia como ponto de segurança nacional”, relata o geólogo, com um paralelo vinculado à criação da Petrobras e à campanha do ‘Petróleo é nosso’, nas décadas seguintes.

Confira, na íntegra, o debate transmitido pela página do CMT no Facebook:

https://www.facebook.com/CentroDeMemoriaTrabalhista/videos/626244088040041