Eleições 2008 – Partidos divergem sobre segurança de urnas


A cerimônia de assinatura digital e lacração dos sistemas para as eleições 2008 mostrou que os partidos políticos não são unânimes na avaliação da segurança do voto eletrônico. PR, PDT e PT enviaram técnicos para examinar os processos, mas apenas o último assinou o sistema, acompanhado pelos representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Ministério Público. Os outros dois partidos avaliaram que as modificações promovidas pelos técnicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não são suficientes para garantir a segurança do voto do eleitor. 

Realizada na sexta-feira (12) no TSE, a cerimônia foi o momento em que os inúmeros programas envolvidos nas eleições, desde a propaganda eleitoral até o funcionamento das urnas eletrônicas, foram empacotados em um único arquivo. De acordo com a assessoria do tribunal, cada sistema tem um responsável técnico por ele. Cada responsável precisa colocar sua assinatura para atestar a autenticidade do sistema, que funciona como um quebra cabeças com várias peças que são unidas no momento que precede a assinatura. De acordo com a Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE, ninguém conhece o sistema integralmente – o que inviabiliza a fraude. A seguir, assinam esse pacote, assegurando sua autenticidade, os representantes dos partidos, entidades como a OAB e autoridades do tribunal. 

Mesmo não assinando o sistema, os partidos políticos podem fazer a fiscalização a partir de uma cópia de todos os programas ali contidos, que poderá ser comparada à copia de todos os programas instalados nas urnas em cada estado. Linux – Os três partidos afirmam que a mudança de sistema operacional do Windows CE para o Linux, realizada pelo TSE, facilita o trabalho de fiscalização. De acordo com o delegado do PT junto ao tribunal, Frank Varela, eram utilizados três sistemas e os partidos tinham de analisar três códigos fonte. No caso do Windows, isso era impossível, porque o sistema era fechado – o que não ocorre com o Linux. 

Na opinião do representante do PR para urnas eletrônicas, Marco Antonio Carvalho, o sistema também é mais seguro e há menor possibilidade de fraude. Para o representante técnico do P DT, Amilcar Brunazzo Filho, a adoção do Linux “contribuiu positivamente para o incremento da transparência, simplificação e compreensão do conjunto de programas utilizados nas urnas eletrônicas”. Técnicos reclamam de alterações de última hora.

Os representantes do PDT e do PR queixaram-se de que o TSE promoveu mudanças nos programas até o último momento, impedindo que os partidos tivessem tempo hábil para analisá-las. O representante do PDT, Amilcar Brunazzo Filho, reclama que as mudanças foram feitas em cima da hora e que os técnicos tiveram pouco tempo para analisar as versões finais de muitos subsistemas. Ele afirma ainda que, em alguns casos, o códigofonte já compilado era versão diferente do disponibilizado para análise. 

PDT e PR ainda protestaram por não terem tido acesso aos relatórios produzidos pelas empresas Facti e CenPRA, contratadas pelo tribunal para fazer uma auditoria nas urnas.De acordo com os técnicos, a alegação foi de que os relatórios eram simples demais e não traziam nada de novo. De acordo com o representante do PR, a Justiça Eleitoral alardeia que os partidos têm acesso a tudo, mas isso não é verdade. 

O representante do PT, Frank Varela, destacou que essa situação não é a ideal e que os partidos não tiveram alternativa, a não ser confiar no TSE. Em sua opinião, o sistema não parece totalmente seguro, porém ressalvou que nenhum sistema eletrônico é 100% livre de riscos. Por isso, em sua opinião, ainda é preciso trabalhar para aperfeiçoá-lo. (VA)

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A cerimônia de assinatura digital e lacração dos sistemas para as eleições 2008 mostrou que os partidos políticos não são unânimes na avaliação da segurança do voto eletrônico. PR, PDT e PT enviaram técnicos para examinar os processos, mas apenas o último assinou o sistema, acompanhado pelos representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Ministério Público. Os outros dois partidos avaliaram que as modificações promovidas pelos técnicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não são suficientes para garantir a segurança do voto do eleitor. 

Realizada na sexta-feira (12) no TSE, a cerimônia foi o momento em que os inúmeros programas envolvidos nas eleições, desde a propaganda eleitoral até o funcionamento das urnas eletrônicas, foram empacotados em um único arquivo. De acordo com a assessoria do tribunal, cada sistema tem um responsável técnico por ele. Cada responsável precisa colocar sua assinatura para atestar a autenticidade do sistema, que funciona como um quebra cabeças com várias peças que são unidas no momento que precede a assinatura. De acordo com a Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE, ninguém conhece o sistema integralmente – o que inviabiliza a fraude. A seguir, assinam esse pacote, assegurando sua autenticidade, os representantes dos partidos, entidades como a OAB e autoridades do tribunal. 

Mesmo não assinando o sistema, os partidos políticos podem fazer a fiscalização a partir de uma cópia de todos os programas ali contidos, que poderá ser comparada à copia de todos os programas instalados nas urnas em cada estado. Linux – Os três partidos afirmam que a mudança de sistema operacional do Windows CE para o Linux, realizada pelo TSE, facilita o trabalho de fiscalização. De acordo com o delegado do PT junto ao tribunal, Frank Varela, eram utilizados três sistemas e os partidos tinham de analisar três códigos fonte. No caso do Windows, isso era impossível, porque o sistema era fechado – o que não ocorre com o Linux. 

Na opinião do representante do PR para urnas eletrônicas, Marco Antonio Carvalho, o sistema também é mais seguro e há menor possibilidade de fraude. Para o representante técnico do P DT, Amilcar Brunazzo Filho, a adoção do Linux “contribuiu positivamente para o incremento da transparência, simplificação e compreensão do conjunto de programas utilizados nas urnas eletrônicas”. Técnicos reclamam de alterações de última hora.

Os representantes do PDT e do PR queixaram-se de que o TSE promoveu mudanças nos programas até o último momento, impedindo que os partidos tivessem tempo hábil para analisá-las. O representante do PDT, Amilcar Brunazzo Filho, reclama que as mudanças foram feitas em cima da hora e que os técnicos tiveram pouco tempo para analisar as versões finais de muitos subsistemas. Ele afirma ainda que, em alguns casos, o códigofonte já compilado era versão diferente do disponibilizado para análise. 

PDT e PR ainda protestaram por não terem tido acesso aos relatórios produzidos pelas empresas Facti e CenPRA, contratadas pelo tribunal para fazer uma auditoria nas urnas.De acordo com os técnicos, a alegação foi de que os relatórios eram simples demais e não traziam nada de novo. De acordo com o representante do PR, a Justiça Eleitoral alardeia que os partidos têm acesso a tudo, mas isso não é verdade. 

O representante do PT, Frank Varela, destacou que essa situação não é a ideal e que os partidos não tiveram alternativa, a não ser confiar no TSE. Em sua opinião, o sistema não parece totalmente seguro, porém ressalvou que nenhum sistema eletrônico é 100% livre de riscos. Por isso, em sua opinião, ainda é preciso trabalhar para aperfeiçoá-lo. (VA)

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