Dilma: ‘Rasgar a Constituição também é uma forma de golpe’


OM - Ascom PDT - midia

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (27/4) que “quando se faz impeachment sem base legal, o que você está praticando é um golpe”. Segundo ela, há várias formas de golpe: “Uns são com armas na mão, outros com tanques e tem aqueles que são feitos com as mãos nuas, rasgando a Constituição”.

Ainda sobre a tentativa de golpe paraguaio que sofre, Dilma frisou: “O golpe que está em andamento é contra a democracia, que rasga a Constituição” e reafirmou que lutará até o fim. “Não é um processo de impeachment, mas eleição indireta daqueles que não tem voto”.

Segundo a presidente,  Eduardo Cunha iniciou o processo de impeachment porque ela não aceitou proposta  dele de trocar o processo de impeachment pelo voto dos deputados governistas para impedir que ele fosse julgado no Conselho de Ética da Câmara.

“O  impeachment tem um pecado original. Que é o presidente da Câmara. Por que ele é o pecado original? Vou explicar por que. O senhor presidente da Câmara queria fazer jogo escuso com o governo. ‘Votem para impedir que eu seja julgado no Conselho de Ética. Tirem os votos que o governo tem no Conselho de Ética’. Eram três votos. ‘E aí eu não entro no processo de impeachment’. O governo que aceita uma negociação dessas é um governo que entra em processo de apodrecimento. Por isso, nós nos recusamos a essa negociação”, declarou a presidente em cerimônia da 12ª Conferência Nacional de Direitos Humanos.

“Não tenho contas no exterior, jamais usei dinheiro público para me beneficiar, não tenho acusação de corrupção. Então, o que eles fizeram? Arranjaram uma acusação, e toda acusação arranjada é frágil. Me acusam de ter práticas contábeis incorretas. São seis decretos, todos eles de suplementação.”

Na sua opinião, tudo não passa de um processo disfarçado de eleição indireta. Ela lembrou as Diretas Já, na década de 1980, e ressaltou que se tratava de uma conquista do povo brasileiro da qual o país não podia abrir mão.

“Fizemos uma trajetória muito longa para garantir eleições diretas, voto secreto e para eleger presidente, governador e prefeito. Portanto, não vamos deixar que encurtem o caminho para o poder através de uma eleição indireta falsificada de impeachment”.