Cuba 1958, Brasil 2018


Hari Alexandre Brust
08/01/2018

Uma ilha equivalente ao território do estado de Pernambuco e um país continente.

Há 60 anos os cubanos conviviam com os mesmos problemas enfrentados ainda hoje pelos brasileiros: analfabetismo, falta de assistência médica, concentração de renda, latifúndio, desemprego, prostituição, corrupção em todos os níveis, impunidade, refém do capital externo.

Lá imperava o ditador, com o apoio total dos EEUU, Fulgêncio Batista (1952 – 1958), responsável por todo sofrimento, atraso e infelicidade do povo cubano.

Para combater o déspota, um jovem advogado (Fidel Castro), reuniu um grupo de 12 idealistas e iniciaram a luta contra o ditador. Aos poucos foram ganhando a confiança e o apoio da população e, após três anos de guerrilhas, em 12 de janeiro de 1959, tomaram a capital Havana, além de outras cidades importantes.

Aqui o usurpador Michel Temer, com o apoio das multi e das transacionais, através de um golpe, assumiu o poder em junho de 2016 e iniciou a entrega e liquidação vergonhosa do patrimônio público ao capital especulativo internacional, além de rasgar a CLT retirando direitos dos trabalhadores, através de uma reforma para saciar a sede capitalista. Não satisfeito tenta, ainda, usurpar direitos dos aposentados para beneficiar as empresas imperialistas da previdência privada.

Para combater o esbulhador, surgiram os movimentos “Vem Pra Rua” e o “Movimento Brasil Livre (MBL)” que, lamentavelmente, por não terem surgidos pela base e, sem conteúdo ideológico, não progrediram. Por outro lado, a cobertura parlamentar nas duas casas do Congresso, para acobertar a desenfreada corrupção no Governo e no Parlamento, anulou as tentativas de realizar eleição direta do presidente e assim, ele continua a desmandar.

Cuba, em que pese o uso da força, resolveu seus problemas básicos, através da EDUCAÇÂO, tanto que exporta médicos para o mundo, a exemplo do programa Mais Médicos no Brasil.

Ao mesmo tempo dos acontecimentos em Cuba, no Rio Grande do Sul, um jovem engenheiro (Leonel Brizola, 33), democraticamente, tomou a capital Porto Alegre, em janeiro de 1956, como prefeito e, em março de 1959 (quando Fidel tomou Havana), Brizola entra no Palácio Piratini, sede do governo gaúcho.

Assim, no mesmo ano, dois governantes assumem em diferentes regimes, um pelas armas e o outro pelo voto, mas ambos em seus programas, com prioridade para EDUCAÇÂO.

Brizola, todavia, foi mais audacioso que Fidel, na questão da infraestrutura. Para resolver o problema do fornecimento de energia elétrica, não titubeou e encampou os serviços Companhia de Energia Elétrica Riograndense (CEERG), subsidiária da americana Bond and Share, em 13 de maio de 1959, enquanto Fidel iniciou as estatizações americanas em junho de 1959.

Cito esse exemplo, para demonstrar que os problemas podem ser resolvidos, independentemente, do regime de governo bastando, tão somente, a vontade política do governante.

Em 2018, ano de eleições, chegou a hora (com 60 anos de atraso), de passar o Brasil a limpo, elegendo governantes e parlamentares, comprometidos com as reformas necessárias, a exemplo das reformas de Base propostas por Jango, razão do Golpe de 1964.

Nesse contexto o PDT oferece, para a avaliação dos brasileiros, o nome honrado do preclaro homem público Ciro Gomes, que na eleição presidencial de 2002, recebeu o apoio incondicional do nosso eterno presidente Leonel Brizola.

Vislumbrando a sua eleição, como uma notícia auspiciosa para o nosso povo sofrido e espoliado e, quanto mais espoliado mais sofrido, registro a sua profunda indignação com esse quadro de pais colônia.

Educar e salvar as nossas crianças, para construir a verdadeira nação brasileira. Essa é a nossa luta, é a nossa esperança. Isso é possível, sem tiro de fuzil, com uma Revolução na Educação do Brasil.

 

*Hari Alexandre Brust é membro da Executiva Estadual do PDT da Bahia.