Coronavírus e China: o vírus será derrotado assim como a primavera chegará


Por Arison Fernandes
06/02/2020

Nas últimas décadas, a China tem assumido um papel protagonista no mundo. É a segunda economia global, com crescimento registrado em 6,1% no ano de 2019, maior exportadora do mundo e principal parceira comercial do Brasil. Essas são apenas algumas características que resumem a potência do gigante asiático.

Por outro lado, nos últimos dias, as notícias que circulam na imprensa e nas redes sociais é sobre o coronavírus. Esse vírus foi detectado inicialmente na cidade de Wuhan, umas megalópole com mais de 11 milhões de habitantes. Wuhan fica situada na província de Hubei, a qual tem mais de 58 milhões de habitantes. É a cidade mais populosa da China central e também é considerada o centro político, econômico, financeiro, comercial, cultural, educacional e científico da região. Além disso tem notável papel na logística e comércio interno: é cortada por rodovias, ferrovias e pela “via navegável dourada” do rio Yangtze e seu maior afluente, o rio Han. Diferente do que dizem as mensagens espalhadas por Whatsapp, Wuhan é grandiosa e moderna.

O presidente Xi Jinping nos seus pronunciamentos e na última reunião, em Pequim, com o diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que a vida do povo está em primeiro lugar. E isso pôde ser observado nas atitudes tomadas pelo governo central.

Desde a descoberta, milhares de médicos, civis e militares, enfermeiros e especialistas foram transferidos para Wuhan. Segundo funcionário da Comissão Provincial de Saúde de Hubei Li Tao, mais de meio milhão de equipes médicas aderiram à prevenção, controle e tratamento de epidemias de pacientes em Hubei. Enquanto isso, cinco equipes médicas, com um número combinado de 686 médicos e enfermeiros enviados por Xangai, Guangdong, Hunan, Sichuan e Zhejiang, se uniram aos esforços de tratamento em Hubei. Isso prova a existência do trabalho, dedicação e solidariedade não só do governo central, mas também das outras cidades.

Em entrevista coletiva realizada em Pequim no dia 28 de Janeiro, o funcionário da Comissão Nacional de Saúde Jiao Yahui informou que as autoridades designaram mais de 5,3 mil leitos em vários hospitais de Wuhan para serem usados em novos pacientes infectados pelo coronavírus. E mais: cerca de 6 mil novos leitos ainda serão adicionados na próxima fase.

O governo de Wuhan construiu um hospital e mais outro está em construção. Esses centros de saúde são dedicados exclusivamente a combater o novo surto, com uma capacidade combinada de 2 mil a 2,3 mil leitos. O primeiro foi inaugurado no dia 3 de Fevereiro e outro tem o prazo até o fim desta semana. “Com mais de 10 mil leitos, teremos capacidade para admitir todos os casos confirmados e suspeitos, além de outros pacientes com febre”, disse Jiao.

Outras providências tomadas pelo governo chinês foi isolar efetivamente a cidade de Wuhan e proibir o lucro das empresas a partir da crise. Para se ter ideia, todos os aviões, trens e outros acessos foram cortados. O transporte público e o transporte de veículos particulares dentro do núcleo urbano agora estão suspensos, com cerca de 6 mil táxis coordenados pelo governo para fornecer aos bairros da cidade transporte essencial. Além disso, os reguladores do mercado do país ameaçaram “punições rápidas e severas” para qualquer empresa apanhada por manipulação de preços ou acumulação de suprimentos médicos. Foi criada uma linha direta para o público denunciar violadores.

Vale dizer ainda que Wuhan, uma cidade com cerca de cinco vezes o tamanho de Londres, possui capacidade de pesquisa científica de ponta. Ela abriga um laboratório de nível quatro de segurança biológica (BSL-4), o laboratório Wuhan P4. Sua pesquisa está destinada aos patógenos mais perigosos e segue os níveis máximos de segurança. Existem apenas alguns desses laboratórios na Ásia e coloca Wuhan em uma boa posição para lidar com o surto da doença na cidade.

Para completar todas as medidas de segurança, todos os tipos de empresas locais, exceto as de setores como utilidades, aparelhos médicos e medicamentos, supermercados e alimentos, não devem retomar seu trabalho antes da meia-noite do dia 9 de Fevereiro. Foi o que comunicaram as autoridades de Xangai durante uma conferência de imprensa.

Em termos de investimento financeiro, o principal planejador econômico da China alocou um total de 300 milhões de yuans (US$ 44 milhões) para apoiar a batalha de Wuhan contra o novo coronavírus (2019-nCoV). Todas essas atitudes foram elogiadas pela OMS. Prova disso é que o diretor geral da organização, Tedros, disse que a OMS e a comunidade internacional falam bem e afirmam plenamente as medidas decisivas que o governo chinês adotou, inclusive agradecem os grandes esforços da China para conter a propagação da pneumonia.

Ele disse também que a OMS não recomenda a evacuação de nacionais e exortou a comunidade internacional a manter a calma e não exagerar. A OMS está confiante na capacidade de prevenção e controle de epidemias na China. Seguindo o protocolo e demonstrando o quanto a China está aberta e disposta a aniquilar essa ameaça, o presidente Xi Jinping disse que a OMS é bem vinda e que a China soma seus esforços para o combate internacional do vírus.

Xi afirmou também que a China tem total confiança e capacidade para vencer a batalha contra o vírus com esforços conjuntos, contenção científica e políticas direcionadas sob a forte liderança do Partido Comunista Chinês (PCCh).

O PDT e a Fundação Leonel Brizola- Alberto Pasqualini (FLB-AP), como organizações irmãs e amigas do PCCh e com profundo espírito de solidariedade internacionalista, soma-se a outras organizações no Brasil para promover a verdade sobre os acontecimentos na China. Somos veementemente contra toda expressão de xenofobia, racismo e orientalismo. O povo chinês é milenar e já superou episódios mais difíceis. E esse será mais um.

Confiamos na direção do PCCh, na condução do presidente Xi Jinping e na força socialista do povo chinês. A China é uma nação que caminha para seu rejuvenescimento. Caminha para aniquilar a miséria e a fome. É uma nação que busca o fim das desigualdades sociais e o desenvolvimento de uma vida moderadamente confortável para todo o seu povo. É exemplo de soberania, industrialização, sofisticação tecnológica e desenvolvimento humano. Prova de que o povo quando é audacioso pode e deve ser dono do seu destino. E é isso que o PDT e a Fundação Leonel Brizola-AP defende para o Brasil.

*Arison Fernandes é diretor de Formação Política da Fundação Leonel Brizola – AP de Pernambuco