Ciro expõe deterioração do Brasil com Bolsonaro: “Está indo para o SPC”


Da redação
22/03/2021

O ex-ministro da Fazenda analisou a atual conjuntura econômica para listar os erros do governo federal

O pré-candidato a presidente da República pelo PDT, Ciro Gomes, considerou a conjuntura econômica brasileira para indicar nessa segunda-feira (22), em entrevista ao economista Eduardo Moreira, a iminente consolidação do cenário de “terra arrasada” em que o governo Bolsonaro colocou o país.

“O Estado brasileiro está indo para o SPC”, alertou o ex-ministro da Fazenda, ao utilizar uma metáfora com o serviço de proteção ao crédito para traduzir o endividamento público e o impacto sobre as camadas mais populares.

“Nós estamos com uma dívida pública e acelerando o valor dela. Às vezes, o povo pensa que é o governo, mas não é. Ela é um pedacinho para cada um de nós. Como os ricos sabem como ganhar com isso, fica, na verdade, o pedação inteiro para os pobres e para a classe média”, comentou.

Para o pedetista, o discurso do governo federal para disfarçar a incompetência dos gestores é reiteradamente replicado para a opinião pública. Com uma roupagem ideológica, os bolsonarista tentam terceirizar a culpabilidade agregada.

“Quando a economia começa a adoecer, o sintoma, a febre mais clara de ser vista, é a desvalorização da moeda”, explicou, ao acrescentar: “Brasileiros, o dólar está perdendo valor no mundo inteiro e aqui, no Brasil, o senhor Jair Messias Bolsonaro, com o Paulo Guedes, conversando fiado todo dia.”

Consequentemente, os principais vetores – que ratificam os sucessivos erros – são, segundo ele, a variação do câmbio e a utilização das reservas financeiras da União.

“Quando Bolsonaro tomou posse, o dólar era R$ 3,70. Bateu R$ 5,90, agora, e eles estão torrando a caderneta de poupança do povo brasileiro para financiar o que é perda para todo mundo e ganho para uma dúzia de pessoas que tem informação privilegiada”, complementou.

Caminhos

Expondo uma saída para um cenário de “pós-guerra”, Ciro propõe, via Projeto Nacional de Desenvolvimento (PND), uma composição para entender as causas e, efetivamente, implementar uma recuperação após uma “aberração como o Bolsonaro”.

“Nós não podemos culpar o nosso povo. Precisamos ter humildade para entender o que aconteceu com o sentido, superior e generoso, de reconciliação do Brasil consigo mesmo. É a esse esforço que eu estou dedicado”, garantiu.

Pelo viés desenvolvimentista, o representante do PDT detalha as bases de um desafio lógico comprometido com o progresso social e alinhado com o avanço da economia.

“Enfrentar e superar a miséria, a pobreza e a desigualdade com objetivo. Eu proponho que a gente ponha na mesa a seguinte tarefa: o Brasil vai ser, sob o ponto de vista social e econômico por indicadores objetivos – como mortalidade infantil e ensino de tempo integral –, um país igual a Espanha em 30 anos”, explicou.

“Nós vamos ter que equilibrar as contas do Brasil mandando um pedaço para os mais ricos e super-ricos”, apontou, ao completar: “Eu não quero agradar a todo mundo, nem vou vender a alma para ser presidente do Brasil. É clara a minha proposta”.

Veja a entrevista, na íntegra, aqui.