Ciro alerta para disruptura com manutenção do modelo político-econômico


Da Redação
11/04/2022

Presidenciável do PDT vincula pior crise da história do Brasil à gestão de Jair Bolsonaro

O pré-candidato a presidente da República do PDT, Ciro Gomes, alertou, neste domingo (10), para o grave risco de disruptura com manutenção do atual modelo político-econômico, que é replicado desde o governo de Fernando Henrique Cardoso e referendado por Jair Bolsonaro. No Brazil Conference, em Boston, nos Estados Unidos, o pedetista reiterou que o bolsonarismo contribuiu diretamente para que o país entrasse na pior crise da sua história.

“Se é que essa disruptura não já aconteceu porque temos um presidente indizível [Jair Bolsonaro], que eu considero um grande bandido”, afirmou, em diálogo anual promovido por estudantes brasileiros desde 2015.

Para a retomada do crescimento, o pedetista defende a revogação do atual modelo do teto de gastos para possibilitar investimentos em áreas estratégicas, como a indústria, através de progressos tecnológicos e de infraestruturas de base, bem como a educação, com um novo fundo nacional para fortalecer o ensino integral de qualidade em todos os estados.

“Não existe economia do crescimento se não tiver uma base industrial. O Brasil precisa considerar isso. Defendo para o Brasil um projeto holista”, indicou.

Ao detalhar caminhos complementares para geração de recursos, o ex-ministro da Fazenda propôs uma “equação fiscal sustentável” que não pode ser “uma inflação fiscal que só olha despesa”, além da cobrança de tributos sobre lucros e dividendos dos empresários.

“Eu cobrei quando era ministro da Fazenda. Por que não podemos cobrar tarifa modestíssima de 0,5% a 1,5% de alíquota progressiva sobre grandes patrimônios acima de R$ 20 milhões?”, explicou.

Considerando a taxa de câmbio nacional uma “ferramenta de demagogia”, Ciro busca, com o Projeto Nacional de Desenvolvimento (PND), uma “sanidade fiscal” para trazer a taxa de juros para o patamar competitivo no mercado global. Para ele, “câmbio é uma variável, mas juro é pior”.

“Eu quero construir um caminho para que o balanço de pagamentos resolva o problema do desequilíbrio desestrutural”, concluiu.