China, ontem e hoje

“Na floresta, existem todos os tipos de pássaros”. Assim respondeu o professor Fan Jida, da Academia Nacional de Administração Pública da China, a  pergunta que lhe fiz sobre a questão dos direitos trabalhistas naquele país, onde estive em viagem de dez dias no último mês de dezembro.

Complementando a resposta, o professor admitiu “como exceção” empresas na China que exploram seus trabalhadores. Disse que “os chineses gostam de trabalhar” e exemplificou com a licença-maternidade de seis meses e a de paternidade de 30 dias o avanço da legislação trabalhista na China, reformulada no ano de 2007.

A visita que fiz à China atendeu convite do Partido Comunista Chinês, interessado em dar conhecimento a lideranças partidárias brasileiras da realidade política, social e econômica da China após o chamado “processo de reforma e abertura”, iniciado por Deng Xao Ping em 1978.

Após três décadas, os chineses exibem com orgulho os resultados da adoção do sistema que eles denominam “economia de mercado socialista”.

Em moeda chinesa, o PIB saltou de 364,5 bilhões em 1978 para 24,7 trilhões em 2007 (para converter em dólar, divide-se o número por 6,8). A receita pública de uma semana, atualmente, equivale à de todo o ano de 1978. As reservas internacionais saltaram de 167 milhões em 1978 para 1,9 trilhão em setembro de 2008. Mais de 100 milhões de crianças e adolescentes cursam nove anos de ensino fundamental público e gratuito. Os extremamente pobres, considerados os que ganham abaixo de 685 yuans/ano, que eram 250 milhões de pessoas em 1978, foram reduzidos para 14 milhões em 2007.

Quando Mao Tsé Tung assumiu o poder, em 1949, a população chinesa era de 450 milhões de habitantes e a expectativa de vida era de 35 anos. Hoje, os chineses somam 1,3 bilhão de pessoas e a expectativa de vida está em 73 anos.
Sobre a crise, Wang Hua, do Departamento de Relações Internacionais do Partido Comunista da China, resumiu as medidas adotadas: expandir o mercado doméstico, estabilizar a demanda externa, acelerar o desenvolvimento, investir em alta tecnologia, intensificar o processo de abertura e reforçar o controle do governo sobre a macroeconomia.

Os números impressionam e explicam porque a China, que cresce a uma taxa de 10% ao ano, acaba de ultrapassar a Alemanha e já é a terceira economia do mundo.

Mas os nossos anfitriões quiseram também nos mostrar a diversidade da China. Levaram-nos à província de Guizhou, uma das mais pobres do país, com o objetivo de visitar uma cidade do interior, chamada Qiandongnan, onde vivem 33 etnias diferentes. Com suas danças características e trajes típicos, a população local nos recebeu com carinho e hospitalidade, tornando aquele 17 de dezembro de 2008 um daqueles dias inesquecíveis e únicos na vida.

Considero que a China tem condições diferenciadas para superar as dificuldades que a conjuntura internacional criou. Os chineses projetam crescer menos este ano, pois não estão imunes, como economia de mercado que são, aos efeitos da crise. Mas certamente continuarão crescendo. A Alemanha já ficou para trás. E o Japão e os Estados Unidos que se cuidem...
 
Deputado Federal Vieira da Cunha,
Presidente Nacional do PDT

“Na floresta, existem todos os tipos de pássaros”. Assim respondeu o professor Fan Jida, da Academia Nacional de Administração Pública da China, a  pergunta que lhe fiz sobre a questão dos direitos trabalhistas naquele país, onde estive em viagem de dez dias no último mês de dezembro.

Complementando a resposta, o professor admitiu “como exceção” empresas na China que exploram seus trabalhadores. Disse que “os chineses gostam de trabalhar” e exemplificou com a licença-maternidade de seis meses e a de paternidade de 30 dias o avanço da legislação trabalhista na China, reformulada no ano de 2007.

A visita que fiz à China atendeu convite do Partido Comunista Chinês, interessado em dar conhecimento a lideranças partidárias brasileiras da realidade política, social e econômica da China após o chamado “processo de reforma e abertura”, iniciado por Deng Xao Ping em 1978.

Após três décadas, os chineses exibem com orgulho os resultados da adoção do sistema que eles denominam “economia de mercado socialista”.

Em moeda chinesa, o PIB saltou de 364,5 bilhões em 1978 para 24,7 trilhões em 2007 (para converter em dólar, divide-se o número por 6,8). A receita pública de uma semana, atualmente, equivale à de todo o ano de 1978. As reservas internacionais saltaram de 167 milhões em 1978 para 1,9 trilhão em setembro de 2008. Mais de 100 milhões de crianças e adolescentes cursam nove anos de ensino fundamental público e gratuito. Os extremamente pobres, considerados os que ganham abaixo de 685 yuans/ano, que eram 250 milhões de pessoas em 1978, foram reduzidos para 14 milhões em 2007.

Quando Mao Tsé Tung assumiu o poder, em 1949, a população chinesa era de 450 milhões de habitantes e a expectativa de vida era de 35 anos. Hoje, os chineses somam 1,3 bilhão de pessoas e a expectativa de vida está em 73 anos.
Sobre a crise, Wang Hua, do Departamento de Relações Internacionais do Partido Comunista da China, resumiu as medidas adotadas: expandir o mercado doméstico, estabilizar a demanda externa, acelerar o desenvolvimento, investir em alta tecnologia, intensificar o processo de abertura e reforçar o controle do governo sobre a macroeconomia.

Os números impressionam e explicam porque a China, que cresce a uma taxa de 10% ao ano, acaba de ultrapassar a Alemanha e já é a terceira economia do mundo.

Mas os nossos anfitriões quiseram também nos mostrar a diversidade da China. Levaram-nos à província de Guizhou, uma das mais pobres do país, com o objetivo de visitar uma cidade do interior, chamada Qiandongnan, onde vivem 33 etnias diferentes. Com suas danças características e trajes típicos, a população local nos recebeu com carinho e hospitalidade, tornando aquele 17 de dezembro de 2008 um daqueles dias inesquecíveis e únicos na vida.

Considero que a China tem condições diferenciadas para superar as dificuldades que a conjuntura internacional criou. Os chineses projetam crescer menos este ano, pois não estão imunes, como economia de mercado que são, aos efeitos da crise. Mas certamente continuarão crescendo. A Alemanha já ficou para trás. E o Japão e os Estados Unidos que se cuidem…
 
Deputado Federal Vieira da Cunha,
Presidente Nacional do PDT