Cartilha de Abdias Nascimento é lançada na Xlll Bienal do Livro, em Fortaleza


Osvaldo Maneschy e Apio Gomes
27/08/2019

O lançamento da cartilha sobre a vida e a obra de Abdias Nascimento, publicada pelo Centro de Memória Trabalhista da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP) foi um dos pontos altos do Estande da Oralidade e Ancestralidade Negra, no último final de semana da XIII Feira Internacional do Livro realizada no Centro de Convenções do Ceará, em Fortaleza.

O evento atraiu dezenas de pessoas que cantaram e dançaram músicas de origem afro, puxadas pelos ritmistas da mais antiga escola de samba da cidade – a Ideal – e pela cantora Adriana de Maria, também atriz e líder das baianas de acarajé que trabalham em Fortaleza.

Ivaldo Paixão, presidente do Movimento Negro do PDT – organizador do lançamento da cartilha e principal orador da solenidade – exaltou a biografia do professor Abdias, uma das maiores lideranças negras do Brasil, importante pelo seu pioneirismo na valorização da cultura dos afrodescendentes no Brasil.

Paixão também saudou a memória do presidente Getúlio Vargas que, no dia 24 de agosto de 1954, há 65 anos, no mesmo dia do lançamento da cartilha de Abdias – deu um tiro no coração para salvar seu legado político e enfrentar o golpe de estado que estava sendo vítima.

Na ocasião, Ivaldo Paixão fez a leitura da extensa biografia de Abdias para os presentes (leitura dramatizada feita pela cantora e atriz Adriana de Maria) e, logo após, fez rápido discurso exaltando a memória e o trabalho de Abdias em prol da cultura negra, ressaltando que Abdias chegou a ter o seu nome cogitado para Prêmio Nobel da Paz, além de ter sido o primeiro senador negro do Brasil.

“Vocês viram, através da leitura do currículo dele, que foi um homem de extrema relevância para pessoas que se identificam com a luta por um mundo melhor, onde exista mais equidade e mais igualdade”.

Paixão também agradeceu o “Prêmio Torta Passarinho” que recebeu do Movimento Negro Unificado (MNU) e pela presença do ex-vereador Emerval, da cidade de Itaparica, na Bahia, primeiro militante do movimento negro a também cuidar do recorte LGBT; e da presidente do MNU, Yeda.

A obra de Abdias integram textos como o de Elisa Larkin; de Suely Carneiro e de Negrogum. Também inclui texto de autoria de Ivaldo Paixão, narrando o dia em que conheceu, ao mesmo tempo, no Rio de Janeiro, Abdias do Nascimento e Leonel Brizola.

A biografia de Abdias é a quarta publicação de um trabalho iniciado pela FLB–AP com a publicação de cartilhas sobre personalidades como Luis Carlos Prestes, Neiva Moreira, Doutel de Andrade e, agora, Abdias do Nascimento.