Carlos Lupi analisa privatização em projeto nacional do PDT: “Não é tabu”


Da Redação
02/10/2021

Presidente nacional do partido avalia que Estado deve atuar em setores “essenciais para a cidadania”

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, afirmou que o processo de desestatização pode integrar o Projeto Nacional de Desenvolvimento (PND), desde que não inclua áreas estratégicas e preserve a soberania do Brasil. “Privatização para a gente não é tabu. Tem que saber o que e para que, além de ter preço justo e total transparência”, explicou, durante entrevista para o site BM&C News nesta segunda-feira (27).

“Nós não podemos privatizar setores que são essenciais para a cidadania. Os Correios, mais do que qualquer outro serviço público, estão presentes em quase seis mil municípios. Sem a agência dos Correios em muitas localidades, você fecha o banco, onde paga e recebe dinheiro”, relatou, ao mencionar a importância do novo modelo econômico oferecido dentro do plano de governo do pré-candidato pedetista, Ciro Gomes.

“Querendo uma empresa lucrativa, quem é que vai funcionar onde não dá lucro? Está aí o papel do Estado, que tem como lucro o bem-estar da sociedade. É ver o trabalhador ter emprego com carteira assinada e todos os seus direitos”, ponderou.

Sobre o regime fiscal do teto de gastos, adotado desde 2017 por iniciativa do presidente da República Michel Temer, Lupi ratificou a posição manifestada por Ciro de extinção por representar um mecanismo socialmente ineficiente e inadequado.

“Não pode congelar investimento por 20 anos. Isso significa dizer que não terá bebê nascendo, não poderá aumentar gastos com educação, mais hospitais e contratar mais médicos. Isso é irracional, não é inteligente”, explicou.

“O que o governo tem que fazer é gastar bem, com lisura e transparência”, indicou, criticando a política de preços adotada pela Petrobras a partir das diretrizes do governo do presidente Jair Bolsonaro.

Progresso coerente

A posição trabalhista contesta sistematicamente o modelo neoliberal vigente, que é mantido pelos últimos governos à frente do Palácio do Planalto, ao passo que defende alternativas para alcançar paralelamente as responsabilidades fiscal e social, como atestado em gestões pedetistas em estados e municípios.

“Nós sempre tivemos obediência ao equilíbrio financeiro dos estados e municípios onde tivemos possibilidade de gestão. Em relação ao Ciro, é só pegar como ele foi no governo do Ceará, na prefeitura de Fortaleza e no Ministério da Fazenda. Temos responsabilidade”, pontuou.

“Não pode criar um muro para separar o núcleo que tem o poder do capital para investir e esquecer que do outro lado tem os miseráveis. […] Nós queremos investimento, o capital produtivo, mas sempre com responsabilidade social. Portanto, o equilíbrio econômico não pode ser só às custas da massa assalariada, dos trabalhadores”, completou.