Campanha da Legalidade é premiada no cinema


Por Ester Marques
28/06/2019

A histórica Campanha da Legalidade, movimento liderado pelo então governador do Rio Grande do Sul, Leonel de Moura Brizola, que, em 1961, mobilizou o País para garantir a posse de João Goulart à presidência da República, agora poderá ser apreciada em um longa-metragem. Do roteirista e diretor Zeca Brita, o filme só será lançado comercialmente no dia 12 de setembro deste ano, mas já coleciona prêmios.

Na sexta-feira (21), a produção ganhou quatro prêmios no 42° Festival Guarnicê de Cinema, em São Luís, no Maranhão. As categorias premiadas foram: direção de arte (Adriana Borba), fotografia (Bruno Polidoro) e melhor ator, prêmio póstumo para Leonardo Machado, morto em setembro de 2018, aos 42 anos, em decorrência de um câncer.

O filme, que também já foi exibido no 35° Festival de Chicago, nos Estados Unidos, reconta os 14 dias da histórica luta trabalhista, revelando detalhes desconhecidos pelo público acerca da crise daqueles momentos turbulentos da República, tendo como pano de fundo um fictício triângulo amoroso entre a jornalista Cecília, interpretada por Cléo Pires, e os irmãos Luis Carlos, vivido por Fernando Alves Pinto e Tonho, José Henrique Ligabue.

O diretor Zeca Brito afirma que a principal motivação para fazer o longa-metragem foi a oportunidade de poder mostrar um episódio importantíssimo da democracia brasileira, a partir de uma história pouca conhecida do grande público, mas cuja importância se reflete nos dias de hoje.

“Ele [Leonel Brizola] é um personagem que serve de exemplo pelas suas ideias e pelos seus atos. Um homem que queria o bem da nação e o bem do povo brasileiro. Construiu sua vida como um exemplo de herói nacional, sempre enfrentando muitas dificuldades, muitos adversários, apontando o dedo e revelando para o mundo os obstáculos e interesses que governam o país até hoje”.

O diretor conta ainda que, por conta da tamanha influência que seu pai, Sapiran Brito, teve em sua vida, o cenário o inspirou a chama-lo para interpretar Brizola, já aos 84 anos.

Toda a produção envolveu mais de mil pessoas entre figurantes e equipe, com cenas gravadas no porão do Palácio Piratini, no prédio da prefeitura de Porto Alegre e em outros quatros municípios da capital: São Miguel das Missões, Torres, Cambará do Sul e Garibaldi.