Campanha da Legalidade: Carlos Bastos destaca competência de Leonel Brizola


Por Bruno Ribeiro / FLB-AP
28/08/2020

O ‘Trabalhismo na História’ desta sexta-feira (28) está repleto de passagens marcantes e opiniões de Carlos Bastos, jornalista pedetista que viveu, de perto, a Campanha da Legalidade, em 1961, ao cobrir as ações do então governador Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, de dentro do Palácio Piratini, sede do poder estadual. O programa é produzido pelo Centro de Memória Trabalhista (CMT) e exibido no Youtube.

“O Brizola, na Legalidade, era um jovem, não tinha nem 40 anos. E o que me impressionou a sua determinação e o poder de articulação para fazer tudo certo. Para você ter ideia: dos generais comandantes do III Exército, só um divergiu dele. Dos dez, nove ficaram solidários à causa dele”, explica.

Na entrevista com o coordenador do CMT, Henrique Mathiensen, o gaúcho de Passo Fundo também relata que sua primeira experiência com o jornalismo foi no jornal O Clarín, em 1955, que cobria a campanha vitoriosa de Brizola para a prefeitura de Porto Alegre. Neste período, iniciou seu contato mais próximo com o líder trabalhista, que seguiu uma trajetória meteórica na política, incluindo as vitórias para deputado estadual, em 1947; deputado federal, em 1954, bem como aos governos do Rio Grande do Sul, em 1958, e do Rio de Janeiro, em 1983.

Capacidade

O protagonismo brizolista despontou muito cedo, segundo ele, e era assunto recorrente entre demais lideranças fundadoras do antigo PTB, incluindo o ex-presidente da República, Getúlio Vargas, o ex-senador, Alberto Pasqualini, e o sindicalista, José Vecchio. Sobre o perfil gestor, Bastos indica a competência como marca do político que se tornaria, décadas depois, criador e presidente do PDT.

“É um realizador de obras, um operário em construção. Como dizia o Vecchio: um moto-contínuo, que não parava e só produzia. Como prefeito, fez uma gestão maravilhosa”, destaca, ao citar o legado para a capital, como a ampliação da rede de ensino básica e o aterro do Beira-Rio.

Como governador, Bastos relembra que Brizola deu prosseguimento e fez ainda mais em todas as regiões do estado gaúcho, incluindo ações administrativas e de infraestrutura, além das 6.500 escolas, as famosas ‘brizoletas’.

“Eram pequenas escolas na colônia, onde não tinha colégio, para os meninos do interior estudarem. E também nos bairros das cidades. É um recorde mundial”, acrescenta.

Acompanhe, na íntegra: