Brizola Neto para Bolsonaro: “Quem tem o espírito dos ratos não pode ter compaixão com os seus semelhantes”


Por Bruno Ribeiro / PDT-RJ
28/01/2021

Em 2010, após ataques a Leonel Brizola, o deputado federal do PDT defendeu seu avô em embate no plenário da Câmara

O plenário da Câmara dos Deputados já registrou cenas históricas de defesa de Leonel Brizola e de desmoralização de Jair Bolsonaro. Em 24 de março de 2010, o responsável foi o líder do PDT, Brizola Neto, ao rebater os ataques do então deputado do PP – e atual presidente da República – baseados em falsas ilações sobre a relação do seu avô com o ex-presidente de Cuba, Fidel Castro. “Injúria aos mortos é um comportamento típico dos verdadeiros covardes”, criticou o parlamentar pedetista.

Em manifestação no dia anterior (23), Bolsonaro afirmou, sem qualquer comprovação ou fundamento, que Brizola teria desviado verbas enviadas por Fidel na ditadura brasileira, que foi iniciada, em 1964, com o golpe militar. Por essa razão, segundo ele, o cubano supostamente se referiria ao pedetista como “Don Ratón”.

Na tribuna, Brizola Neto intensificou seu discurso para valorizar o “dono de uma história ilibada e honrada” em contraponto à desvirtuada carreira do parlamentar, que também é capitão da reserva do Exército.

“Não pode haver neste ambiente alguém que tenha uma cara mais de ‘Ratón’ do que esse deputado que quer acusar Leonel Brizola. Até porque quem tem o espírito dos ratos não pode ter compaixão com os seus semelhantes”, criticou, ao mencionar a entrevista para o programa Roda Vida (veja, ao final).

“Só mesmo alguém que tem o espírito de um rato pode defender a tortura, a violação dos direitos humanos e mesmo a morte de seres humanos, como defendeu esse deputado”, completou, sem mencionar o nome de Bolsonaro.

Na sequência, como reforço, Brizola Neto fez questão de resgatar falas de Bolsonaro em que explicita o desejo de assassinar opositores que contrariam posições políticas.

“Está aí na internet, para quem quiser ver. Há um vídeo deste deputado, senhor Presidente (da Câmara), em que ele diz que a falha da ditadura militar foi apenas haver torturado, porque ela deveria ter matado todos aqueles que ela prendeu por oposição política”, relembrou.

Acompanhe o discurso, na íntegra:

Ofensiva pregressa

No Roda Viva, da TV Cultura, em 1987, o próprio Leonel Brizola fez questão de repudiar a expressão mencionada para tentar afetar sua imagem e desestabilizá-lo. O tema surgiu após a pergunta do jornalista, Lenildo Tabosa, durante debate sobre

“É um insulto de gente que não tem nada na cabeça”, alegou o presidente nacional do PDT e governador do Rio, na época.

Confira: