André Figueiredo: “Não podemos nos afeiçoar às imbecilidades que estão virando rotina”


Da redação
20/03/2021

O deputado federal do PDT criticou Bolsonaro em debate com Juliana Brizola e Brizola Neto

O líder da Oposição na Câmara dos Deputados, André Figueiredo (PDT-CE), responsabilizou o governo Bolsonaro pelo colapso brasileiro na pandemia da Covid-19 e pediu um enfrentamento sistemático. “Não podemos nos afeiçoar às imbecilidades que estão virando rotina”, disse, nessa sexta-feira (19), durante debate virtual com a deputada estadual Juliana Brizola (PDT-RS), o coordenador de Trabalho e Renda de Niterói (RJ), Brizola Neto, e o jornalista Miguel do Rosário.

“O momento é de indignação. O Brasil, semanas após semanas, segue tendo um retrocesso na sua pauta”, comentou no encontro conduzido pelo presidente nacional do Movimento Cultural Darcy Ribeiro (MCDR), Roberto Viana.

“O país, hoje, é considerado pária do mundo no meio ambiente, na economia e no enfrentamento da pandemia”, completou, indicando o Projeto Nacional de Desenvolvimento (PND), capitaneado por Ciro Gomes, como solução viável.

Diante da PEC Emergencial (186/19), que deveria ter como base central a permissão do pagamento, em 2021, de um novo auxílio para a população vulnerável, o parlamentar condenou a manobra do governo bolsonarista no dispositivo legislativo aprovado.

“A gente vê como o Brasil está maltratado. Para essa ajuda de R$ 150 reais, o governo está tirando direitos de servidor público, congelando salários deles. Na verdade, era a PEC do ajuste fiscal”, afirmou, ao também citar o maior aumento da taxa de juros, pelo Banco Central, nos últimos 10 anos.

Responsabilidade

Ao citar a maior crise sanitária e hospitalar nacional, Juliana Brizola informou, como exemplo, o colapso na cidade de Porto Alegre (RS), que fechou emergências dos principais hospitais, e apresenta falta, principalmente, de vacinas, verbas, leitos, respiradores e profissionais. Para ela, é reflexo direto da gestão federal.

“O inominável que aí está, na presidência da República, puxa essa onda de falta humanidade. É o que eu mais identifico no Bolsonaro”, afirmou, lembrando de ato recente de deboche do presidente sobre a deficiência respiratória que atinge infectados pelo coronavírus.

Na sequência da sua irmã, Brizola Neto referendou os posicionamentos com uma análise sobre o Estado em um país que se tornou o epicentro da pandemia. O ex-deputado federal evidenciou que Bolsonaro não pode se eximir da responsabilidade.

“Infelizmente, o Brasil vai na contramão do mundo e consolidando uma posição de um canalha e despreparado que ocupa a presidência da República. Hoje, a gente vê os indicadores da pandemia explodirem, redes de saúde colapsadas e quase 300 mil brasileiros mortos”, pontuou.

“O único responsável é o senhor Jair Messias Bolsonaro, que, desde o primeiro momento, negligenciou a pandemia, pregou contra as medidas de isolamento social e o mais grave de tudo: negligenciou a compra de vacinas”, garantiu.

Relembrando o processo de instabilidade político acumulado nos últimos 6 anos, Miguel do Rosário acredita que o desafio é oferecer “esperança ao povo”.

“O Brasil vive uma encruzilhada em todos os sentidos: econômico, sanitário e até na política. É difícil conceber uma situação mais difícil do que a vivida hoje. O Brasil vive crises sucessivas, desde 2015, e elas se aprofundaram mais ainda”, salienta, mencionando exemplos mundiais de combate racional ao Covid-19.

“O Bolsonaro fala mal do distanciamento social, mas ele não toma nenhuma iniciativa para que a gente possa racionalizá-lo”, acrescentou, detalhando a falta de testagem em massa dos brasileiros.

Para assistir na íntegra, clique aqui.