Alexandre Brust: ‘A ressurreição da velha UDN’

A velha UDN – União Democrática Nacional - criada em 1945 e extinta em 1965, dominada pela liderança antidemocrática de Carlos Lacerda, o corvo golpista, herói da direita, dos conservadores e liberais da elite brasileira, perdeu as eleições presidenciais de 1950 para Getúlio Vargas do PTB. Durante a campanha política, em nome dos interesses do capital nacional e internacional, o corvo/tucano de então já pregava: “Getúlio não pode ser candidato. Se for, não pode ser eleito. Se eleito, não pode tomar posse e, se tomar posse, não pode governar”. Getúlio, foi eleito e, a partir desse dia, foram 3 anos e meio de denúncias vazias, acusações de toda ordem, imaginadas pela mente doentia e inescrupulosa do corvo, publicadas na imprensa. A pressão midiática e de militares ligados a Lacerda foi tamanha, que levou as Forças Armadas a exigir a renuncia do maior estadista do Brasil. Getúlio, com um tiro no peito, venceria pela última vez o bando de abutres famintos pelo poder e adiaria o golpe por dez anos. Na eleição seguinte de 1955, Juscelino – Jango candidatos pelo PSD/PTB, derrotaram o candidato da UDN Juarez Tavora e o insaciável corvo, volta a atacar em nova tentativa de golpe, agora para impedir a posse do presidente JK e seu vice Jango. A pronta intervenção do valoroso soldado legalista, o General Teixeira Lott abortou a trama intervencionista de Lacerda. Na eleição de 1960, a UDN do Corvo, apoiou o candidato Jânio Quadros do PSC para presidente e lançou Milton Campos como Vice. Venceu a dupla JAN-JAN (Jânio-Jango), pois na época o vice também era votado. Com a renúncia de Jânio Quadros em 25 de agosto de 1961, surpreendendo o mundo político, eis que o golpista mor, que já havia tentado contra Getúlio e Juscelino, agora acusa Jânio de tê-lo convidado para promover um golpe de estado. O veto dos militares golpistas à posse do vice-presidente João Goulart, eleito legitima e democraticamente, provocou imediata reação do Governador do Rio Grande do Sul Leonel Brizola, que comandou a Campanha da Legalidade, assegurando a posse de Jango em 7 de setembro de 1961, sob o regime parlamentarista. Acusando Jango de articular a implantação de uma república sindicalista no país, o corvo liderou um movimento civil que, aliado aos militares conservadores, com apoio da CIA, deflagraram o golpe que derrubou Jango em 31 de março de 1964. Com o voo do corvo para o andar superior em 1977, a democracia começava a andar a passos largos. Assim, com a redemocratização em 1985, em eleição indireta foi eleito Tancredo Neves, mas com sua morte na véspera da posse, assumiu o vice neoliberal José Sarney. Seu governo gerou a maior inflação da nossa historia. Na 1ª eleição direta em 1989, foi eleito o liberal Fernando Collor, acusado de corrupção, renunciou em 02 de outubro de 1992 para livrar-se do impeachment e assumiu o vice Itamar Franco. A eleição do tucano Fernando Henrique Cardoso, em 03 de outubro de 1994, deu início a mais vergonhosa liquidação e delapidação do patrimônio publico do Brasil, tudo com apoio e sob o manto da mídia capitalista e conservadora responsável pela sua eleição. “O poder do capital sem nenhuma vinculação moral com o que quer que seja corrompe pessoas, partidos e países”. (Veríssimo em sua Coluna 06.03.16). O livro PRIVATARIA TUCANA, do jornalista Amaury Ribeiro Junior, contém um documentário incontestável das ações do receituário neoliberal. Os tucanos, como o corvo, consideram-se os arautos do combate à corrupção, no entanto, um dos primeiros atos de FHC ao assumir a Presidência, foi decretar a extinção da Comissão Especial de Investigação, criada por Itamar Franco para combater a corrupção. Foram escândalos sem precedência na república. Quem não lembra da FARRA DO PROER para salvar os amigos banqueiros dos tucanos que, segundo economistas custou mais de 100 bilhões ao Tesouro Nacional. A vergonhosa quebra do monopólio da Petrobrás em 1997, através dos seus áulicos no Congresso Nacional e agora ampliado com a entrega do PRÉ-SAL, comprometendo a soberania nacional. O propinoduto das privatizações, a EMENDA DA REELEIÇÃO em que deputados venderam seus votos. O escândalo do Sivam, o caso MARKA/FONTECINDAM que custou ao Banco Central R$ 1.6 bilhão para dar boa vida ao Cacciola na Itália. Os desvios na SUDENE e na SUDAM que juntos somaram mais de R$ 3 bilhões. O APAGÃO ELÉTRICO que gerou prejuízos imensuráveis aos consumidores e uma “ajuda” do governo às empresas do setor de mais de R$ 20 bilhões. Nesse contexto o ex-presidente FHC, que, segundo o IBOPE, em 1999, final do seu governo desastrado, recebeu a aprovação de apenas 8%, reúne autoridade moral para sugerir a renúncia da Presidenta Dilma? É o cinismo estampado. A coligação “Muda Brasil” do candidato Aécio Neves do PSDB, aliada a partidos de centro direita, alguns bastardos da velha UDN do corvo, inconformada com a derrota, numa tentativa de mudar o Brasil para suas mãos, agem da mesma forma da UDN golpista da década de 1950 e tramam nos porões do Congresso, o afastamento da presidenta Dilma eleita democraticamente. Estamos diante da ressurreição da velha corroída e golpista UDN do corvo Lacerda.   (*) Hari Alexandre Brust é secretário geral do PDT-BA.    

A velha UDN – União Democrática Nacional – criada em 1945 e extinta em 1965, dominada pela liderança antidemocrática de Carlos Lacerda, o corvo golpista, herói da direita, dos conservadores e liberais da elite brasileira, perdeu as eleições presidenciais de 1950 para Getúlio Vargas do PTB. Durante a campanha política, em nome dos interesses do capital nacional e internacional, o corvo/tucano de então já pregava:

“Getúlio não pode ser candidato. Se for, não pode ser eleito. Se eleito, não pode tomar posse e, se tomar posse, não pode governar”.

Getúlio, foi eleito e, a partir desse dia, foram 3 anos e meio de denúncias vazias, acusações de toda ordem, imaginadas pela mente doentia e inescrupulosa do corvo, publicadas na imprensa. A pressão midiática e de militares ligados a Lacerda foi tamanha, que levou as Forças Armadas a exigir a renuncia do maior estadista do Brasil.

Getúlio, com um tiro no peito, venceria pela última vez o bando de abutres famintos pelo poder e adiaria o golpe por dez anos.

Na eleição seguinte de 1955, Juscelino – Jango candidatos pelo PSD/PTB, derrotaram o candidato da UDN Juarez Tavora e o insaciável corvo, volta a atacar em nova tentativa de golpe, agora para impedir a posse do presidente JK e seu vice Jango. A pronta intervenção do valoroso soldado legalista, o General Teixeira Lott abortou a trama intervencionista de Lacerda.

Na eleição de 1960, a UDN do Corvo, apoiou o candidato Jânio Quadros do PSC para presidente e lançou Milton Campos como Vice. Venceu a dupla JAN-JAN (Jânio-Jango), pois na época o vice também era votado. Com a renúncia de Jânio Quadros em 25 de agosto de 1961, surpreendendo o mundo político, eis que o golpista mor, que já havia tentado contra Getúlio e Juscelino, agora acusa Jânio de tê-lo convidado para promover um golpe de estado.

O veto dos militares golpistas à posse do vice-presidente João Goulart, eleito legitima e democraticamente, provocou imediata reação do Governador do Rio Grande do Sul Leonel Brizola, que comandou a Campanha da Legalidade, assegurando a posse de Jango em 7 de setembro de 1961, sob o regime parlamentarista.

Acusando Jango de articular a implantação de uma república sindicalista no país, o corvo liderou um movimento civil que, aliado aos militares conservadores, com apoio da CIA, deflagraram o golpe que derrubou Jango em 31 de março de 1964. Com o voo do corvo para o andar superior em 1977, a democracia começava a andar a passos largos.

Assim, com a redemocratização em 1985, em eleição indireta foi eleito Tancredo Neves, mas com sua morte na véspera da posse, assumiu o vice neoliberal José Sarney. Seu governo gerou a maior inflação da nossa historia. Na 1ª eleição direta em 1989, foi eleito o liberal Fernando Collor, acusado de corrupção, renunciou em 02 de outubro de 1992 para livrar-se do impeachment e assumiu o vice Itamar Franco.

A eleição do tucano Fernando Henrique Cardoso, em 03 de outubro de 1994, deu início a mais vergonhosa liquidação e delapidação do patrimônio publico do Brasil, tudo com apoio e sob o manto da mídia capitalista e conservadora responsável pela sua eleição.

“O poder do capital sem nenhuma vinculação moral com o que quer que seja corrompe pessoas, partidos e países”. (Veríssimo em sua Coluna 06.03.16). O livro PRIVATARIA TUCANA, do jornalista Amaury Ribeiro Junior, contém um documentário incontestável das ações do receituário neoliberal. Os tucanos, como o corvo, consideram-se os arautos do combate à corrupção, no entanto, um dos primeiros atos de FHC ao assumir a Presidência, foi decretar a extinção da Comissão Especial de Investigação, criada por Itamar Franco para combater a corrupção. Foram escândalos sem precedência na república.

Quem não lembra da FARRA DO PROER para salvar os amigos banqueiros dos tucanos que, segundo economistas custou mais de 100 bilhões ao Tesouro Nacional. A vergonhosa quebra do monopólio da Petrobrás em 1997, através dos seus áulicos no Congresso Nacional e agora ampliado com a entrega do PRÉ-SAL, comprometendo a soberania nacional. O propinoduto das privatizações, a EMENDA DA REELEIÇÃO em que deputados venderam seus votos. O escândalo do Sivam, o caso MARKA/FONTECINDAM que custou ao Banco Central R$ 1.6 bilhão para dar boa vida ao Cacciola na Itália.

Os desvios na SUDENE e na SUDAM que juntos somaram mais de R$ 3 bilhões. O APAGÃO ELÉTRICO que gerou prejuízos imensuráveis aos consumidores e uma “ajuda” do governo às empresas do setor de mais de R$ 20 bilhões. Nesse contexto o ex-presidente FHC, que, segundo o IBOPE, em 1999, final do seu governo desastrado, recebeu a aprovação de apenas 8%, reúne autoridade moral para sugerir a renúncia da Presidenta Dilma?

É o cinismo estampado.

A coligação “Muda Brasil” do candidato Aécio Neves do PSDB, aliada a partidos de centro direita, alguns bastardos da velha UDN do corvo, inconformada com a derrota, numa tentativa de mudar o Brasil para suas mãos, agem da mesma forma da UDN golpista da década de 1950 e tramam nos porões do Congresso, o afastamento da presidenta Dilma eleita democraticamente.

Estamos diante da ressurreição da velha corroída e golpista UDN do corvo Lacerda.

 

(*) Hari Alexandre Brust é secretário geral do PDT-BA.