A volta do Trabalhismo com Ciro Gomes


Por Hari Alexandre Brust
24/07/2018

O golpe de 1964 foi contra o Trabalhismo.

Com a anistia em 1979, Brizola deu continuidade à retomada do projeto trabalhista, iniciado no encontro de Lisboa. Tentou reorganizar o PTB, criado por Getúlio Vargas, em 1945 e extinto pela ditadura em 1964.

O mentor do regime militar General Golbery, todavia, receoso de que o herdeiro de Vargas, poderia chegar à presidência da República, interferiu no TSE para Brizola perder a sigla do PTB. Nesse dia o nosso Líder imortal criou o PDT, com a mesma finalidade.

Para dar prosseguimento ao projeto trabalhista Brizola organizou o PDT em todo Brasil e, em 1982, concorreu e foi eleito governador do Rio de Janeiro e, na primeira eleição direta, em 1989, concorreu para Presidente da República ficando em terceiro lugar.

Nas eleições presidenciais de 2002, o PDT sob o comando do nosso eterno e saudoso presidente Leonel Brizola, apoiou o então candidato pelo PPS Ciro Gomes, “porque via na sua eventual Vitória, a volta por cima do trabalhismo.”

O projeto trabalhista teve início no governo do Presidente Getúlio Vargas, com base no fortalecimento do Estado e na distribuição de renda. O Presidente João Goulart (1961-1964) e o Governador Leonel Brizola, que governou os Estados do Rio Grande do Sul (1959 -1962) e Rio de Janeiro (1983-1986 e 1991-1994) deram continuidade ao projeto iniciado por Vargas.

Para atual candidato à Presidência da República Ciro Gomes, “não há nada mais moderno hoje, do que o trabalhismo socialista e democrático, composto de três eixos: 1- o nacionalismo e a questão nacional diante da globalização. 2- o desenvolvimento diante da desindustrialização e o fim do ciclo das commodities e 3- a questão da distribuição de renda”.

Para Brizola, nosso eterno presidente, “Nós temos a nossa responsabilidade com a história. Nosso partido é o único com determinação de assumir as grandes causas nacionais. Nenhum partido é tão nacionalista quanto o nosso. Queremos um País desenvolvido, autônomo e independente”.

Em seu discurso na Convenção Nacional do PDT, no dia 20 de julho, que o consagrou candidato Ciro afirmou:

“Estou muito honrado e feliz com a grave missão que estou recebendo do partido de Leonel Brizola, meu velho e querido amigo, mestre e colega governador (veja que privilégio tive!).

“O Brasil precisa mudar. Precisamos de um novo PROJETO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO. Um grande acordo que devemos celebrar entre todos nós brasileiros em torno de algumas metas que o país pode e deve alcançar: voltar a crescer, se reindustrializar, reduzir desigualdades, acabar com a extrema pobreza, devolver a segurança às famílias e às ruas, avançar na educação e garantir uma saúde que atenda com dignidade o nosso povo. Afirmar a nossa identidade cultural e investir em Ciência e Tecnologia.

Alguém poderá pensar a esta altura de minha reflexão que estas seriam palavras ditadas por um olhar parcial apaixonado apenas pela causa dos mais pobres e da classe trabalhadora.

É claro que este deve ser o nosso foco até mesmo pela nossa histórica vocação, sucessores que somos do trabalhismo que revolucionou o Brasil no ideário apaixonante de Alberto Pasqualini; na obra histórica e no sacrifício sem paralelo de Getúlio Vargas; na obstinação de João Goulart por reformas de base; ou na luta sem tréguas do maior lutador pela educação na política brasileira, Leonel Brizola e seus parceiros inseparáveis, Darci Ribeiro, Doutel de Andrade e Abdias Nascimento, este, campeão das lutas modernas contra a discriminação e o preconceito racial.”

“Convidamos todas as forças políticas que realmente tenham compromisso com o Brasil, espírito público e amor ao nosso povo por nos ajudar a transformar nosso país. Vamos usar nossa força e nossa paixão para construir um Brasil justo, forte, feliz e soberano.”

Essa é a sua missão companheiro Ciro, sabendo que será uma luta árdua contra a grande mídia, os empresários e os banqueiros nacionais e internacionais, as multi e as transacionais, o latifúndio e os herdeiros políticos da velha UDN, a mesma casta que “suicidou” Getúlio em 1954, que derrubou Jango e expulsou Brizola em 1964.

 

*Hari Alexandre Brust, é membro da Executiva Estadual do PDT – Bahia.