Estamos vivendo uma política deliberada contra a vacinação em massa no Brasil. No dia em que o Brasil registra média de 1.092 mortes por Covid-19, a segunda maior alta do ano, Bolsonaro anda de jet-ski, promove aglomeração e ataca a liberdade de impressa. Mais uma tentativa de desviar a atenção da falta de vacinas em todo o País, que atrasa a retomada da vida social e econômica. Em discurso, mirando o pleito de 2022, ele emenda o tom, diz que é favorável à imunização, apesar de que em nada contribui para isso, e ao auxílio emergencial.

Bolsonaro brinca com o imaginário da população. Usa da exaustão emocional e econômica para desviar o foco da sua má gestão e manter sua pseudopopularidade. E diga-se: desde o início o auxílio foi uma luta ampliada no Parlamento, que contou com a negação e forte atuação de Paulo Guedes para derrotar esse recurso que significa a
sobrevivência de milhes de brasileiros. A prorrogação não foi diferente. Enquanto a oposição subia a voz no plenário da Câmara dos Deputados para garantir a aprovação, Bolsonaro desdenhava do aumento da fome e afirmava que o auxílio iria quebrar o Brasil. A miséria, o desemprego e a desesperança quebram o Brasil.

Fato é que a economia continua em frangalhos. Faltam incentivos para a indústria e estabilidade para o mercado. A cortina de confetes não esconde a realidade nacional. 14 milhões de pessoas sem emprego e o trabalho intermitente responde por metade das vagas em 2020. O custo de vida sobe com o aumento de itens básicos de alimentação, sem falar no aumento do gás, e principalmente do combustível, que cria um efeito cascata de aumentos em diversos segmentos da economia nacional. Mais um entrave ao crescimento.

Enquanto o baile segue, Bolsonaro avança na pauta do armamento da população. E não é em vão. Ele segue formando seu próprio esquadrão e já acena com flertes autoritários que não aceitará derrotas em 2022. No que o Brasil se transformará? Um país que segue desgovernado, sem projeto, sem futuro. Se não houver urgentemente uma Frente Progressista em defesa do Brasil, entraremos em um looping de caos que mergulhará o país numa crise sem precedentes. Um discurso uníssono que fale para além das rinhas partidárias. Uma prática que englobe todos os protagonistas desse Projeto de Desenvolvimento Nacional pelo futuro do Brasil.

*André Figueiredo é deputado federal (PDT-CE) e Líder da Oposição na Câmara.