Vieira da Cunha: "não podemos pré-julgar Paulinho"


O deputado federal Vieira da Cunha (RS), presidente em exercício do PDT, afirma que o partido apóia as investigações sobre o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), mas assume "constrangimento" em virtude do caso.

- É evidente que ter uma de suas lideranças de expressão nacional envolvidas num escândalo dessa natureza é motivo de constrangimento.

Na última quarta-feira, o procurador-geral da República, Antônio Fernando Souza encaminhou ao Supremo Tribunal Federal pedido de investigação sobre o deputado federal Paulo Pereira da Silva, também conhecido como Paulinho ou Paulinho da Força - em referência à Força Sindical. Ele é acusado de estar envolvido no esquema de fraudes na concessão de crédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), desarticulado em abril na Operação Santa Tereza da Polícia Federal.

- Se houver comprovação do envolvimento de alguma liderança ou de algum filiado do PDT em atos ilícitos, nós tomaremos as providências devidas (...) Mas até o momento o que existe são suspeitas, e com base em suspeitas nós não podemos aplicar qualquer tipo de sanção ao deputado, porque estaríamos fazendo um pré-julgamento - diz Vieira da Cunha a Terra Magazine.

De acordo com Cunha, o licenciamento de Paulinho do mandato ainda não é uma alternativa em questão:

- A direção do partido não tomará essa iniciativa, porque seria como condená-lo antecipadamente. Essa é uma medida que deverá ser de iniciativa dele próprio.

Leia a entrevista com o presidente do PDT:

Terra Magazine - O escândalo envolvendo o deputado Paulo Pereira da Silva é motivo de constrangimento para o PDT?
Vieira da Cunha - É evidente que ter uma de suas lideranças de expressão nacional envolvidas num escândalo dessa natureza é motivo de constrangimento. Isso não significa que nós estejamos atribuindo culpa ao deputado Paulo Pereira da Silva, que tem negado veementemente qualquer responsabilidade ou participação nesses episódios envolvendo os empréstimos do BNDES. A atitude que o deputado tomou desde o principio, colaborando com as investigações, abrindo o sigilo bancário, telefônico e fiscal resultaram na nossa expectativa de que tudo seja esclarecido e de que a verdade venha à tona. Se houver comprovação do envolvimento de alguma liderança ou de algum filiado do PDT em atos ilícitos, nós tomaremos as providências devidas.

Quais seriam essas providências?
Especificamente no caso do deputado Paulo Pereira da Silva, nós entendemos que não há, até o momento, provas que nos levem a aplicar em relação a ele qualquer medida disciplinar. Nós apoiamos as investigações, vamos continuar acompanhando seu desenrolar. Mas até o momento o que existe são suspeitas, e com base em suspeitas nós não podemos aplicar qualquer tipo de sanção ao deputado, porque estaríamos fazendo um pré-julgamento. Não podemos condenar antecipadamente. Temos que garantir a todos que são acusados o direito constitucional da ampla defesa. Todas as acusações que correm contra o deputado Paulo Pereira da Silva são baseadas num inquérito policial, que é uma peça unilateral de acusação, não é dado ao investigado o direito de defesa. Com o pedido de investigação do procurador-geral da República junto ao Supremo é que ele passará a exercer seu direito constitucional de defesa. Então poderemos formar juízo a respeito desses fatos.

Paulinho deveria se licenciar do partido para não desgastar a sigla?
Se nós impusermos a ele a licença, nós estaríamos pré-julgando. A direção do partido não tomará essa iniciativa, porque seria como condená-lo antecipadamente. Essa é uma medida que deverá ser de iniciativa dele próprio.

Ele chegou a demonstrar essa iniciativa?
Eu não recebi até o momento nenhuma manifestação dele nesse sentido. Eu inclusive tentei fazer contato com ele, mas não consegui fazer contato com ele esta tarde (de quinta-feira).

O senhor acredita na inocência de Paulinho?
Tenho convivido com ele no exercício do mandato parlamentar há pouco mais de um ano e todos os atos que Paulinho praticou no Congresso foram atos em defesa dos trabalhadores. Tem sido um deputado atuante, um exemplar representante dos trabalhadores no Congresso Nacional. Ou seja, acho que ele vem exercendo muito bem o mandato que o povo de São Paulo lhe ofereceu nas últimas eleições.

Como estamos em ano eleitoral, esse escândalo pode prejudicar o partido nas eleições municipais?
Nós nunca escondemos o constrangimento que o PDT tem de ter uma de suas principais lideranças envolvidas num escândalo dessa natureza. Mas não podemos pré-julgar. Afastar o deputado Paulo Pereira da Silva agora seria condená-lo antecipadamente sem que sequer tenha sido dado a ele o direito da defesa, que é democrático e constitucional. Nós tudo faremos para que a verdade venha à tona, e quem se desviou dos princípios da probidade e da moralidade pública seja exemplarmente punido, seja quem for. Do PDT ou não.

O deputado federal Vieira da Cunha (RS), presidente em exercício do PDT, afirma que o partido apóia as investigações sobre o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), mas assume “constrangimento” em virtude do caso.

– É evidente que ter uma de suas lideranças de expressão nacional envolvidas num escândalo dessa natureza é motivo de constrangimento.

Na última quarta-feira, o procurador-geral da República, Antônio Fernando Souza encaminhou ao Supremo Tribunal Federal pedido de investigação sobre o deputado federal Paulo Pereira da Silva, também conhecido como Paulinho ou Paulinho da Força – em referência à Força Sindical. Ele é acusado de estar envolvido no esquema de fraudes na concessão de crédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), desarticulado em abril na Operação Santa Tereza da Polícia Federal.

– Se houver comprovação do envolvimento de alguma liderança ou de algum filiado do PDT em atos ilícitos, nós tomaremos as providências devidas (…) Mas até o momento o que existe são suspeitas, e com base em suspeitas nós não podemos aplicar qualquer tipo de sanção ao deputado, porque estaríamos fazendo um pré-julgamento – diz Vieira da Cunha a Terra Magazine.

De acordo com Cunha, o licenciamento de Paulinho do mandato ainda não é uma alternativa em questão:

– A direção do partido não tomará essa iniciativa, porque seria como condená-lo antecipadamente. Essa é uma medida que deverá ser de iniciativa dele próprio.

Leia a entrevista com o presidente do PDT:

Terra Magazine – O escândalo envolvendo o deputado Paulo Pereira da Silva é motivo de constrangimento para o PDT?
Vieira da Cunha – É evidente que ter uma de suas lideranças de expressão nacional envolvidas num escândalo dessa natureza é motivo de constrangimento. Isso não significa que nós estejamos atribuindo culpa ao deputado Paulo Pereira da Silva, que tem negado veementemente qualquer responsabilidade ou participação nesses episódios envolvendo os empréstimos do BNDES. A atitude que o deputado tomou desde o principio, colaborando com as investigações, abrindo o sigilo bancário, telefônico e fiscal resultaram na nossa expectativa de que tudo seja esclarecido e de que a verdade venha à tona. Se houver comprovação do envolvimento de alguma liderança ou de algum filiado do PDT em atos ilícitos, nós tomaremos as providências devidas.

Quais seriam essas providências?
Especificamente no caso do deputado Paulo Pereira da Silva, nós entendemos que não há, até o momento, provas que nos levem a aplicar em relação a ele qualquer medida disciplinar. Nós apoiamos as investigações, vamos continuar acompanhando seu desenrolar. Mas até o momento o que existe são suspeitas, e com base em suspeitas nós não podemos aplicar qualquer tipo de sanção ao deputado, porque estaríamos fazendo um pré-julgamento. Não podemos condenar antecipadamente. Temos que garantir a todos que são acusados o direito constitucional da ampla defesa. Todas as acusações que correm contra o deputado Paulo Pereira da Silva são baseadas num inquérito policial, que é uma peça unilateral de acusação, não é dado ao investigado o direito de defesa. Com o pedido de investigação do procurador-geral da República junto ao Supremo é que ele passará a exercer seu direito constitucional de defesa. Então poderemos formar juízo a respeito desses fatos.

Paulinho deveria se licenciar do partido para não desgastar a sigla?
Se nós impusermos a ele a licença, nós estaríamos pré-julgando. A direção do partido não tomará essa iniciativa, porque seria como condená-lo antecipadamente. Essa é uma medida que deverá ser de iniciativa dele próprio.

Ele chegou a demonstrar essa iniciativa?
Eu não recebi até o momento nenhuma manifestação dele nesse sentido. Eu inclusive tentei fazer contato com ele, mas não consegui fazer contato com ele esta tarde (de quinta-feira).

O senhor acredita na inocência de Paulinho?
Tenho convivido com ele no exercício do mandato parlamentar há pouco mais de um ano e todos os atos que Paulinho praticou no Congresso foram atos em defesa dos trabalhadores. Tem sido um deputado atuante, um exemplar representante dos trabalhadores no Congresso Nacional. Ou seja, acho que ele vem exercendo muito bem o mandato que o povo de São Paulo lhe ofereceu nas últimas eleições.

Como estamos em ano eleitoral, esse escândalo pode prejudicar o partido nas eleições municipais?
Nós nunca escondemos o constrangimento que o PDT tem de ter uma de suas principais lideranças envolvidas num escândalo dessa natureza. Mas não podemos pré-julgar. Afastar o deputado Paulo Pereira da Silva agora seria condená-lo antecipadamente sem que sequer tenha sido dado a ele o direito da defesa, que é democrático e constitucional. Nós tudo faremos para que a verdade venha à tona, e quem se desviou dos princípios da probidade e da moralidade pública seja exemplarmente punido, seja quem for. Do PDT ou não.