Um brasileiro que o Brasil não conhece

A história brasileira não é contada como devia. Muitos personagens e fatos importantes para a nacionalidade estão absolutamente relegados a um segundo plano. Uma destas figuras é o General Jose Inácio de Abreu e Lima, mais conhecido como Abreu e Lima, um pernambucano que participou ativamente do Exército Libertador de Simon Bolivar nas campanhas de independência da Venezuela, Colômbia, Equador e Peru, entre 1818 e 1832, tendo alcançado a chefia do Estado-Maior do Exército bolivariano quando recebeu a patente de General. Ou seja, temos um personagem que peleou contra o colonialismo espanhol e até bem pouco tempo era quase desconhecido pela maioria dos brasileiros.
 
A exceção ficou por conta de Pernambuco. No final dos anos 40, quando era Governador daquele Estado, Barbosa Lima Sobrinho homenageou esta figura histórica, precursora do ideário de integração sul-americana, tão em voga na atualidade, mudando o nome do distrito de Maricota para Abreu e Lima, hoje município.
 
Recentemente, Abreu e Lima voltou a ser apresentado aos brasileiros, desta vez pelo Presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez, que em várias oportunidades lembrou dele no contexto histórico de Bolívar e no acordo petrolífero entre a Petrobras e a PDVSA (a estatal venezuelana de petróleo) empenhou-se no sentido de a refinaria que está sendo erguida se localizasse exatamente no município que tem o nome do lutador do Exército de Bolívar.
 
Quer dizer, o olhar clínico de Chávez percebeu a importância do brasileiro Abreu e Lima no contexto da unidade latino-americana atual.
 
Abreu e Lima nasceu em 1794. Em seus 75 anos de vida – morreu em 1869 – destacou-se como militar libertador e também como autor de vários livros, entre os quais o Compêndio de história do Brasil (1843) contando o período que vai do descobrimento até o ato da coroação e sagração de D. Pedro II. Em 1855 publicou o primeiro livro no Brasil e nas Américas sobre o tema Socialismo*, com o título “O Socialismo”, reeditado em 1979 pela Editora Paz e Terra, com prefácio de Barbosa Lima Sobrinho. O jornalista, que sempre defendeu os interesses brasileiros, começava o prefácio do livro de forma premunitória afirmando que “no dia em que o Brasil se interessar realmente pelo seu relacionamento com as repúblicas da América Espanhola, Abreu e Lima conquistará a importância que merece, na história de seu país”. Não está dando outra.
 
Filho natural do ex-padre José Inácio de Abreu e Lima, mais conhecido como Padre Roma, um líder atuante da revolução pernambucana de 1817, Abreu e Lima cursou a Academia Militar do Rio de Janeiro (1812-1816) saindo como capitão da artilharia e chegando a general. Preso em Recife, em 1816, acusado de insubordinação, responsável por desordem e por aderir à rebelião pernambucana foi enviado para a Bahia a fim de cumprir pena, sendo obrigado a presenciar a execução de seu pai por fuzilamento, condenado por conspirar na revolução de 1817.
 
Conseguindo fugir da prisão graças à maçonaria, da qual era adepto, a partir daí Abreu e Lima começa o seu périplo pelo exterior, inicialmente indo para os Estados Unidos e em seguida para a Venezuela. Com a morte de Bolívar e incompatibilizado com os detentores do poder na Venezuela, Abreu e Lima antes de voltar ao Brasil passou pela Europa. No retorno se filiou ao Partido Caramuru, que, segundo Barbosa Lima Sobrinho, aparentemente defendia a restauração de Dom Pedro I ao trono que havia renunciado. Esta contradição, segundo Barbosa Lima Sobrinho, se deveu ao fato de Abreu e Lima ter considerado que esta seria a melhor forma de evitar a desagregação do Brasil, não compreendendo que os chefes da Regência defendiam os mesmos propósitos.
 
Por estas e outras, Abreu e Lima volta com toda a força à atualidade neste Terceiro Milênio. A Casa da América Latina, entidade fundada no Rio de Janeiro de solidariedade aos povos latino-americanos e que tem como norte a integração internacionalista, criou recentemente a Medalha Abreu e Lima, que será entregue pela primeira vez no próximo dia 1 de setembro. Receberão a Medalha figuras que tenham ajudado a luta internacionalista de integração entre os povos latino-americanos. Os primeiros cinco agraciados são Fidel Castro, João Pedro Stédile, Modesto da Silveira, Neiva Moreira, Zuleide Faria de Mello.
 
(*) Baseado no socialismo cristão. Segundo Barbosa Lima Sobrinho, não há indícios que chegou a ler as obras de Karl Marx. No livro, Abreu defende veementemente a família nuclear. Para ser melhor entendida, a reflexão de Abreu e Lima deve ser analisada a partir do contexto do século XIX, sem transposições para os dias atuais. Ele certamente recebeu influência do pensamento de Bolívar ou, como querem alguns, vice-versa.
A história brasileira não é contada como devia. Muitos personagens e fatos importantes para a nacionalidade estão absolutamente relegados a um segundo plano. Uma destas figuras é o General Jose Inácio de Abreu e Lima, mais conhecido como Abreu e Lima, um pernambucano que participou ativamente do Exército Libertador de Simon Bolivar nas campanhas de independência da Venezuela, Colômbia, Equador e Peru, entre 1818 e 1832, tendo alcançado a chefia do Estado-Maior do Exército bolivariano quando recebeu a patente de General. Ou seja, temos um personagem que peleou contra o colonialismo espanhol e até bem pouco tempo era quase desconhecido pela maioria dos brasileiros.
 
A exceção ficou por conta de Pernambuco. No final dos anos 40, quando era Governador daquele Estado, Barbosa Lima Sobrinho homenageou esta figura histórica, precursora do ideário de integração sul-americana, tão em voga na atualidade, mudando o nome do distrito de Maricota para Abreu e Lima, hoje município.
 
Recentemente, Abreu e Lima voltou a ser apresentado aos brasileiros, desta vez pelo Presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez, que em várias oportunidades lembrou dele no contexto histórico de Bolívar e no acordo petrolífero entre a Petrobras e a PDVSA (a estatal venezuelana de petróleo) empenhou-se no sentido de a refinaria que está sendo erguida se localizasse exatamente no município que tem o nome do lutador do Exército de Bolívar.
 
Quer dizer, o olhar clínico de Chávez percebeu a importância do brasileiro Abreu e Lima no contexto da unidade latino-americana atual.
 
Abreu e Lima nasceu em 1794. Em seus 75 anos de vida – morreu em 1869 – destacou-se como militar libertador e também como autor de vários livros, entre os quais o Compêndio de história do Brasil (1843) contando o período que vai do descobrimento até o ato da coroação e sagração de D. Pedro II. Em 1855 publicou o primeiro livro no Brasil e nas Américas sobre o tema Socialismo*, com o título “O Socialismo”, reeditado em 1979 pela Editora Paz e Terra, com prefácio de Barbosa Lima Sobrinho. O jornalista, que sempre defendeu os interesses brasileiros, começava o prefácio do livro de forma premunitória afirmando que “no dia em que o Brasil se interessar realmente pelo seu relacionamento com as repúblicas da América Espanhola, Abreu e Lima conquistará a importância que merece, na história de seu país”. Não está dando outra.
 
Filho natural do ex-padre José Inácio de Abreu e Lima, mais conhecido como Padre Roma, um líder atuante da revolução pernambucana de 1817, Abreu e Lima cursou a Academia Militar do Rio de Janeiro (1812-1816) saindo como capitão da artilharia e chegando a general. Preso em Recife, em 1816, acusado de insubordinação, responsável por desordem e por aderir à rebelião pernambucana foi enviado para a Bahia a fim de cumprir pena, sendo obrigado a presenciar a execução de seu pai por fuzilamento, condenado por conspirar na revolução de 1817.
 
Conseguindo fugir da prisão graças à maçonaria, da qual era adepto, a partir daí Abreu e Lima começa o seu périplo pelo exterior, inicialmente indo para os Estados Unidos e em seguida para a Venezuela. Com a morte de Bolívar e incompatibilizado com os detentores do poder na Venezuela, Abreu e Lima antes de voltar ao Brasil passou pela Europa. No retorno se filiou ao Partido Caramuru, que, segundo Barbosa Lima Sobrinho, aparentemente defendia a restauração de Dom Pedro I ao trono que havia renunciado. Esta contradição, segundo Barbosa Lima Sobrinho, se deveu ao fato de Abreu e Lima ter considerado que esta seria a melhor forma de evitar a desagregação do Brasil, não compreendendo que os chefes da Regência defendiam os mesmos propósitos.
 
Por estas e outras, Abreu e Lima volta com toda a força à atualidade neste Terceiro Milênio. A Casa da América Latina, entidade fundada no Rio de Janeiro de solidariedade aos povos latino-americanos e que tem como norte a integração internacionalista, criou recentemente a Medalha Abreu e Lima, que será entregue pela primeira vez no próximo dia 1 de setembro. Receberão a Medalha figuras que tenham ajudado a luta internacionalista de integração entre os povos latino-americanos. Os primeiros cinco agraciados são Fidel Castro, João Pedro Stédile, Modesto da Silveira, Neiva Moreira, Zuleide Faria de Mello.
 
(*) Baseado no socialismo cristão. Segundo Barbosa Lima Sobrinho, não há indícios que chegou a ler as obras de Karl Marx. No livro, Abreu defende veementemente a família nuclear. Para ser melhor entendida, a reflexão de Abreu e Lima deve ser analisada a partir do contexto do século XIX, sem transposições para os dias atuais. Ele certamente recebeu influência do pensamento de Bolívar ou, como querem alguns, vice-versa.