Sobre parlamento, vacina e sociedade, por Guilherme Landim


Guilherme Landim
08/01/2020

Não é à toa que o Parlamento é conhecido como a casa do povo. Também não é apenas retórico que nós, Deputados, sejamos representantes da população. Essas associações têm a ver com nossa preocupação cotidiana: entender as mudanças pelas quais passam a sociedade e tentar traduzir isso em debates e discussões que resultem em propostas de leis e normas que amparem o conjunto das forças públicas.

Dar visibilidade às questões mais pertinentes também é nosso mister. Estudamos, discutimos nos gabinetes, consultamos especialistas das mais variadas matizes, expomos nossas ideias na tribuna a fim de que colegas e imprensa em geral nos ajudem a depurar toda uma massa de informações. Somente após tudo isso é que vamos ao voto e a eventual sanção ou veto.

Foi dessa forma, com participação social intensa, que o nosso projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativa e sancionada pelo Governador Camilo Santana, já começa a fazer parte de sua vida. Trata-se de exigir que as escolas peçam o cartão de vacinação atualizado no momento da matrícula de cada criança. Com isso fortalecemos a rede de saúde do estado do Ceará visto que temos percebido, surpreendentemente, um caminho inverso por parte de alguns pais que negligenciam essa importante ação que é na verdade uma conquista da humanidade.

O mundo venceu diversas pestes, inúmeros males com a vacina e não se pode acreditar em notícias falsas contrárias a isso. Logo, é dever de todas as escolas públicas e particulares do Ceará exigir o documento. Caso este não esteja atualizado, os pais têm 30 dias para fazê-lo. Se, mesmo assim, o prazo não for suficiente, a escola poderá efetuar a matrícula, porém deve comunicar ao conselho tutelar e ao Ministério Público da Infância e Juventude para que se tomem as medidas cabíveis.

Como médico e parlamentar, alerto que uma criança que não esteja devidamente vacinada pode trazer doenças para toda a escola, para todo um município. Sendo assim, cuidemos de cada cidadão, cada cidadã, para que o coletivo se fortaleça. Por uma questão de cidadania, por uma questão de respeito.