Para o sociólogo Léo Voigt, prefeitos devem assumir políticas sociais como prioridade


Milton Gerson/ PDT Metropolitano de Porto Alegre
08/08/2019

Em sua participação no “PDT em Debate”, realizado na última segunda-feira (5), no Diretório Metropolitano do partido em Porto Alegre (RS), o cientista social Léo Voigt destacou que, para terem sucesso, as políticas sociais municipais devem ser assumidas como prioridade pelos prefeitos. Para ele, a capital gaúcha, assim como o Rio Grande do Sul, tem todas as condições estruturais para realizar ações efetivas para melhorar a vida das pessoas que dependem das políticas sociais.

No evento, coordenado pelo presidente do PDT Metropolitano, vereador Mauro Zacher, Voigt lembrou que a cidade está bem estruturada, com profissionais capacitados e uma rede de proteção integrada por mais de 400 ONGs. “Porto Alegre foi pioneira na participação popular, na aplicação do ECA e da LOAS”, destacou.

De acordo com ele, essa estrutura foi fundamental para que se fosse erradicada a presença de menores em situação de rua e do uso de carroças, com a inclusão dos carroceiros em outras atividades geradoras de renda. O cientista social afirmou que ainda faltam enfrentar outras situações como a do sofrimento psíquico e transtornos mentais da população adulta em situação de rua e a dos carrinheiros catadores de resíduos que circulam em grande quantidade na cidade.

Para Voigt, há, no entanto, uma rede preparada para os desafios, bastando que o prefeito tenha vontade política para enfrenta-los. Segundo ele, que foi um dos responsáveis pelo sucesso do programa de inclusão na reciclagem, “Todos Somos Porto Alegre” e também na evolução do “Ação Rua”, que foi responsável pela construção de uma solução que incluísse os menores em situação de rua da capital gaúcha, ratificou o preparo existente na cidade.

“Tem rede integrada que opera por sistema de retaguardas, tem política pública de proteção implantada, experiência no enfrentamento de desafios complexos, equipes capacitadas, treinadas e experientes, método para enfrentar e solucionar a exclusão. Basta que o governante não seja medíocre e o partido no poder não seja descomprometido com a inclusão produtiva de todas as populações”, ratificou.

Léo Voigt ainda destacou que no âmbito nacional as políticas sociais ainda seguem preservadas. Para ele, no Brasil da atualidade, os riscos estão nas questões da preservação do meio ambiente e dos avanços nas pautas da diversidade e do avanço ético moral.

Para o presidente do Diretório Metropolitano do PDT de Porto Alegre, Mauro Zacher, o tema das políticas sociais é de grande relevância para a elaboração de um projeto eficiente para o futuro da capital gaúcha. Segundo Zacher, na década passada, durante o governo Fogaça – do qual o PDT fez parte – a administração conseguiu, com a ajuda direta de Voigt, reduzir a população de menores nas ruas, mas não teve, nos anos seguintes, a mesma sorte com os adultos, que permanecem nos parques, praças e vivem também sob marquises, pontes e viadutos.

“Esse é o nosso maior desafio agora”, ressaltou, ao lembrar que é preciso dar condições dignas para essas pessoas; com oportunidades reais para uma vida melhor, por meio fortalecimento das redes de proteção com atuação em saúde, educação, habitação e geração de renda, entre outras”, disse Zacher.

Sobre o palestrante

Voigt é cientista social, licenciado e Bacharel em Sociologia, mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), executivo de organizações públicas e privadas na realização de projetos de proteção social e fomento econômico.