O Estado ideal

Imagem: Pixabay

Roberto Viana Júnior
08/04/2020

Esse momento de pandemia que estamos vivendo está revelando o importante papel do Estado nessas horas em que a população mais precisa. Embora seja um debate sempre atual no meio dos “palpiteiros” de economia e estudiosos também, agora ele ficou ainda mais notável. Afinal, qual o tamanho ideal do Estado? Se é que existe um.

Para responder essa pergunta, o Movimento Cultural Darcy Ribeiro (MCDR) e seus membros devem pensar sob a visão do Trabalhismo. Isso porque somos dessa corrente Política que sempre defendeu um Estado soberano, forte e a serviço dos interesses popular e coletivo. Mas isso não significa que seja um Estado opressor E que não permita e nem possibilite a livre iniciativa. Pelo contrário. Somos a favor de uma livre iniciativa que tenha como fim a soberania nacional. Que o interesse maior sempre seja o povo brasileiro.

Isso não nos tira também a capacidade de sermos solidários com os povos que, mesmo diferentes, com outras culturas e outras realidades, têm em comum algo que sempre deve nos unir: a humanidade que nos une.

Mais uma vez a crise econômica já anunciada, agora piorada pela pandemia mundial do Covid-19, volta a trazer para o debate o tamanho e importância de um Estado forte e que ajude a superar a crise econômica e social, pois qual o fim da riqueza de uma nação senão estar a serviço do seu povo? Todas as riquezas nacionais de quaisquer patrimônio, devem sempre estar a serviço da sua nação.

Todas as nações mundiais, independente da suas plataformas econômicas de organização, liberais ou progressistas, estão agindo com o Estado grande, forte, interventor econômico e a serviço da soberania nacional que hoje é a saúde, e vida de seu povo. Assim deve ser o Estado! Aprendemos, desde Getúlio Vargas, que o Estado Brasileiro deve ser um grande mecanismo de desenvolvimento da nação possibilitando riquezas, desenvolvimento e garantias sociais. Um país como o Brasil que tem uma elite colonial, tem que ter um estado forte na garantia da promoção da igualdade social.

Temos enraizados o machismo, racismo, homofobia e tantas outras mazelas de convívio social que devem ser desconstruídas. Quem deve assegurar a proteção e garantir essa construção é o Estado.

Nos governos petistas , foi notório alguns avanços no Brasil, mas a lógica rentista que a economia brasileira foi conduzida não trouxe a ruptura necessária para de fato o Brasil se tornar soberano e poder romper com a lógica neocolonial. A proposta do Trabalhismo sempre foi antagônica a isso. Sempre fomos a favor da ruptura dessa plataforma. Defendemos que todos os bens do Brasil sejam direcionados aos brasileiros. Seja na promoção de uma educação libertadora e como ferramenta de desenvolvimento de um povo e uma nação, como defendeu e fez Darcy Ribeiro e Leonel Brizola com os Ciep’s.

Ou através da pesquisa, da ciência, das indústrias, e da proteção das nossas riquezas naturais, produzindo sempre o bem estar social. A lógica rentista ao mercado financeiro só permanece para manutenção da desigualdade social. Não podemos oprimir quem produz nesse país e ficar refém da especulação e pagamento de juros, de uma agiotagem legalizada. O Brasil não pode ser refém dessa lógica desse tal mercado, onde oprimi o trabalhador e o setor produtivo do país em prol de beneficiar uma elite com seus privilégios. Continuaremos indignados com isso e lutando contra.

Que possamos aprender que só existe justiça social se houver combate a privilégios e garantia dos direitos sociais, por isso um Estado forte se faz necessário. Nenhuma garantia individual pode ser mais importante que o bem coletivo!

*Roberto Viana Júnior é presidente nacional do Movimento Cultural Darcy Ribeiro (MCDR) do PDT