Lupi em Capão da Canoa (RS): “Brizola era como uma rocha”

“Participar deste ato aqui em Capão da Canoa me emociona porque me vejo jovem, me vejo ao lado de Leonel Brizola que foi ascensorista em Porto Alegre, que conseguiu uma vaga na escola técnica de Viamão, que fundou a ala jovem do PTB e que vivenciou uma história extraordinária”, afirmou o Senador Pedro Simon (PMDB) ao se somar, na cidade onde Brizola gostava de passar o verão com a família, ao ato celebrativo do seu 91º aniversário de nascimento no monumento para Brizola que existe na Avenida Poti em frente ao número 187, onde hoje está o edifício São Borja e onde existiu a casa de veraneio de Brizola. (Ao lado do monumento a Brizola (E), Vieira discursa sendo ouvido pelo prefeito Novalski, Pedro Simon e Lupi) 

Simon lembrou as mais de 6 mil escolas construídas por Brizola no Rio Grande do Sul, quando governador, acabando com o analfabetismo no estado, lembrou o episódio da Legalidade, que classificou como um dos fatos políticos mais importantes já registrados na história do Brasil que obrigou os militares golpistas de 1961 a recuarem, lembrou o seu trabalho permanente pelos brasileiros mais pobres e desfavorecidos.

“Brizola era um homem  de luta, um apaixonado, um homem que nasceu para ser Presidente da República mas não foi porque na política e na vida a injustiça muitas vezes prevalece”, assinalou Simon, destacando ainda que “quem conhece a história do Brasil sabe que Brizola nasceu para fazer o bem porque sempre acreditou que os homens nascem iguais e são iguais. Ele cumpriu a sua parte e é por isso que estamos aqui para homenageá-lo”, completou.

O prefeito de Capão da Canoa, Valdomiro Novalski, falou em nome dos prefeitos da região presentes (também os de Osório e de Xangri-lá, além de dirigentes partidários), lembrando “que desde os tempos de piá”, ele que é nascido e criado na cidade, conhecia Brizola.

“Ele chegava no aeroporto, tinha uma camionete e quando a garotada se reunia em torno dele, inclusive eu, fazia questão de botar todos dentro do carro e dar uma volta para a alegria  da garotada”.

Lembrou também que quando Brizola começou a frequentar Capão da Canoa a cidade não tinha luz, não tinha água encanada, não tinha calçamento, não tinha praticamente nada, só a praia. E que graças a Brizola chegou a luz, a água limpa e o desenvolvimento não só para Capão da Canoa, mas para toda a região.

Vieira da Cunha falou em seguida, destacando a trajetória política de Brizola no Rio Grande do Sul e no Brasil. Se deteve no monumento, uma rocha com uma placa, chamando a atenção para a data que estava na placa, a cidade agradecendo a Brizola pelos melhoramentos feitos, em setembro de 1961.

“Hoje estamos aqui não só para reafirmar as suas ideias, como para dar continuidade à sua luta por um Brasil melhor. Se pudermos resumir o que Brizola foi numa única palavra, eu usaria a palavra patriota”, encerrou Vieira.

O Deputado estadual Ciro Simoni, também secretário estadual de saúde, explicou aos presentes que a placa afixada na rocha foi originalmente colocada na escola local construída por Brizola que foi uma das seis mil e poucas que ele construiu, em todo o Rio Grande do Sul. E que essa placa desapareceu em 64, logo depois do golpe militar, e que só foi encontrada muitos anos depois, em um depósito de coisas inservíveis da prefeitura de Osório. E que por iniciativa dos companheiros do PDT de Osório, a placa foi devolvida à Capão da Canoa e afixada no monumento que ficou decidido que seria construído em um lugar de muita visibilidade – exatamente onde estavam naquele momento.

Jesus de Moura, irmão de Brizola, falou em seguida, agradecendo “a presença de tantos companheiros fiéis à memória de meu irmão, Leonel Brizola”. Ele lembrou que Brizola amava Capão da Canoa, seu lugar de descanso, onde chegava, botava o calção e imediatamente ia para a praia dar um mergulho no mar.

“Quero dizer ainda que se ele tivesse chegado à presidência da República, como há pouco se referiu o senador Simon, este país seria outro, muito mais justo e muito mais correto com os seus filhos”, afirmou Jesus.

Lupi, último orador, frisou que Brizola era uma rocha, como a do monumento, quando se tratava de defender seus ideais em defesa do Brasil e dos brasileiros desfavorecidos.

“Ele resistiu ao exílio, à difamação, aos ataques pessoais, ao golpe militar que o condenou a mais de 300 anos de prisão, resistiu a tudo. É por isso que estamos aqui prestando essa homenagem porque ele vive no coração dos brasileiros”.

Ascom/OM