Lupi critica retrocesso social imposto pelas reformas de Temer no programa +Opinião


FLP-AP/Bruno Ribeiro
10/05/2017

O presidente do PDT também atacou os projetos da Terceirização e da Previdência, todos propostos pelo atual governo

“A reforma trabalhista busca destruir a legislação, acabar com CLT e estimular a terceirização, que precariza todas as relações”, alertou o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, ao mediar ontem (9) um debate on-line sobre esse tema no projeto +Opinião, da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini. Nesta primeira edição, a roda de debates contou com as presenças do líder do PDT na Câmara, deputado federal Weverton Rocha, e do presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antônio Neto.

Sobre a terceirização, que foi já aprovada e passou a ser irrestrita no Brasil, Lupi foi direto: “É uma aberração dizer que o acordado vale mais que o legislado. Nós vamos ao STF para barrar isso e tenho certeza que sairemos vencedores. É o patrão, com a caneta e o dinheiro, e o trabalhador se tornando indefesos”, afirmou.

“Do outro lado, a destruição do futuro dos brasileiros com a reforma da Previdência”, completou. A proposta não faz, segundo ele, uma diferenciação entre as categorias, misturando, portanto, realidades e peculiaridade no mesmo pacote.

Para Weverton Rocha, o atual governo aproveitou a fragilidade do Estado para emplacar mudanças que modificam direitos históricos dos brasileiros. “Nós estamos vivendo um momento ímpar. Aproveitaram a crise econômica, que nos últimos 100 anos não se via no Brasil, para colocar tudo em um ‘liquidificador’, indicou.

Na sua análise, o parlamentar criticou a tentativa de mudanças da CLT e remeteu à década passada, onde a geração de vagas formais era uma realidade. “No Ministério do Trabalho e Emprego, acompanhei a gestão de Lupi, que gerou 12,5 milhões de empregos em cinco anos, com essa mesma legislação. Naquele momento (2005), já existia crise econômica mundial, mas enfrentamos”, disse, que explicar o eficiente condicionamento dos empréstimos públicos ao não fechamento de postos de trabalho durante o governo do Lula.

Liderança sindical, Antonio Neto foi enfático ao classificar como oportunista as medidas motivadas pela ‘direita raivosa’ brasileira. “Só ver os artigos das reformas trabalhista e previdenciária. Esta última está sendo feita para beneficiar bancos”, indicou.

“Você já tem o problema do ciclo da dívida, que compromete 50% de todo o orçamento da União, e agora você pegará o caixa da Previdência para fortalecer o sistema financeiro a partir das aposentadorias complementares”, ponderou Neto.

Neto aponta ainda para o paradoxo criado por Michel Temer para alterar o sistema atual de aposentadoria. “Ele (Temer), que está, hipocritamente, preocupado com o déficit da Previdência, cria uma reforma trabalhista que vai diminuir a possibilidade de contribuição previdenciária a partir do trabalho autônomo, a ‘pejotização’ e o intermitente”, comentou o sindicalista.

Ao final, o sindicalista convocou a população para continuar mobilizada contra os retrocessos sociais. “Tem que colocar o bloco na rua e vir para cima da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do governo. Por isso, faremos uma grande marcha no dia 24 de abril, aqui em Brasília, para dizer um grande não”, concluiu.