Líder quer votar 40 horas

ENTREVISTA - Dagoberto: PDT obstruirá Plenário para forçar votação da PEC das 40 horas

Janary Júnior
A bancada do PDT decidiu, ontem, que após o Carnaval irá obstruir as deliberações do Plenário até que o presidente da Câmara, Michel Temer, marque a data de votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 231/95, que reduz a carga de trabalho das atuais 44 para 40 horas semanais. A decisão foi tomada na mesma reunião que reconduziu o deputado DAGOBERTO (MS) à liderança do partido. Ele deverá ficar nesse posto até junho, quando assumirá o deputado Brizola Neto (RJ). No ano passado, os dois parlamentares também dividiram a liderança pedetista. Segundo DAGOBERTO, a obstrução da pauta é a forma que encontraram “para pressionar a presidência da Câmara e os demais líderes”. O líder do PDT diz, nesta entrevista ao Jornal da Câmara, que irá conversar com os outros partidos que apoiam a proposta para reforçar a medida.

Por que o partido decidiu obstruir as votações do Plenário?
É uma forma que encontramos para pressionar a Presidência da Câmara e os demais líderes. Procuramos alguns partidos para que, a partir do Carnaval, comecemos a obstruir a pauta até que se coloque em votação essa PEC. O projeto das 40 horas surgiu das centrais sindicais de comum acordo. Pela primeira vez na história, elas tiveram unidade em seu pleito.

O senhor tratou do assunto com o presidente Michel Temer?
O presidente da Câmara assumiu um compromisso dizendo que na próxima semana conversará com líderes do meio empresarial sobre o assunto e, logo em seguida, falará conosco. Logicamente, haverá alguma exigência do setor empresarial e, se for possível atender, vamos fazê-lo, para que possamos entrar em votação de comum acordo.

Uma posição contrária do empresariado não pode dificultar a votação na Câmara?
Vejo isso com muita tranquilidade. Quando a carga de trabalho diminuiu para as 44 horas semanais, foi a mesma briga: ninguém queria, mas hoje é pacífico. Mais de 30% das indústrias do País já adotam as 40 horas. Os países de primeiro mundo, inclusive, têm cargas inferiores a 40 horas semanais. O trabalhador precisa de mais tempo para se reciclar, ter um convívio melhor com a família. Com isso, ele vai render muito mais para o próprio empresariado. E os empresários têm que se acostumar com essa modernidade.

Quantos partidos já aderiram à PEC 231/95?
Temos conhecimento do PT, do PSB e do PCdoB. Temos também apoio de setores do PTB, que está discutindo para ver se entra nessa frente. Aí, seriam cinco partidos fazendo obstrução. Se os partidos da situação começarem a obstruir, ninguém votará nada.

Qual a posição do Poder Executivo nesse debate?
Não temos manifestação por parte do governo, mas a maioria dos partidos da base aliada ao governo apoia a proposta.

ENTREVISTA – Dagoberto: PDT obstruirá Plenário para forçar votação da PEC das 40 horas

Janary Júnior
A bancada do PDT decidiu, ontem, que após o Carnaval irá obstruir as deliberações do Plenário até que o presidente da Câmara, Michel Temer, marque a data de votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 231/95, que reduz a carga de trabalho das atuais 44 para 40 horas semanais. A decisão foi tomada na mesma reunião que reconduziu o deputado DAGOBERTO (MS) à liderança do partido. Ele deverá ficar nesse posto até junho, quando assumirá o deputado Brizola Neto (RJ). No ano passado, os dois parlamentares também dividiram a liderança pedetista. Segundo DAGOBERTO, a obstrução da pauta é a forma que encontraram “para pressionar a presidência da Câmara e os demais líderes”. O líder do PDT diz, nesta entrevista ao Jornal da Câmara, que irá conversar com os outros partidos que apoiam a proposta para reforçar a medida.

Por que o partido decidiu obstruir as votações do Plenário?
É uma forma que encontramos para pressionar a Presidência da Câmara e os demais líderes. Procuramos alguns partidos para que, a partir do Carnaval, comecemos a obstruir a pauta até que se coloque em votação essa PEC. O projeto das 40 horas surgiu das centrais sindicais de comum acordo. Pela primeira vez na história, elas tiveram unidade em seu pleito.

O senhor tratou do assunto com o presidente Michel Temer?
O presidente da Câmara assumiu um compromisso dizendo que na próxima semana conversará com líderes do meio empresarial sobre o assunto e, logo em seguida, falará conosco. Logicamente, haverá alguma exigência do setor empresarial e, se for possível atender, vamos fazê-lo, para que possamos entrar em votação de comum acordo.

Uma posição contrária do empresariado não pode dificultar a votação na Câmara?
Vejo isso com muita tranquilidade. Quando a carga de trabalho diminuiu para as 44 horas semanais, foi a mesma briga: ninguém queria, mas hoje é pacífico. Mais de 30% das indústrias do País já adotam as 40 horas. Os países de primeiro mundo, inclusive, têm cargas inferiores a 40 horas semanais. O trabalhador precisa de mais tempo para se reciclar, ter um convívio melhor com a família. Com isso, ele vai render muito mais para o próprio empresariado. E os empresários têm que se acostumar com essa modernidade.

Quantos partidos já aderiram à PEC 231/95?
Temos conhecimento do PT, do PSB e do PCdoB. Temos também apoio de setores do PTB, que está discutindo para ver se entra nessa frente. Aí, seriam cinco partidos fazendo obstrução. Se os partidos da situação começarem a obstruir, ninguém votará nada.

Qual a posição do Poder Executivo nesse debate?
Não temos manifestação por parte do governo, mas a maioria dos partidos da base aliada ao governo apoia a proposta.