“Heróis da pátria como Brizola são, também, os grandes mártires do Brasil”, diz Lupi


Por Osvaldo Maneschy e Silmara Cossolino
21/06/2018

“Heróis da pátria como Brizola são, também, os grandes mártires do Brasil”, afirmou o presidente nacional do PDT, Claros Lupi, em discurso proferido na Câmara Municipal de São Borja (RS), nesta quinta-feira (21), durante homenagem à memória de Leonel Brizola, pela passagem do 14° aniversário de sua morte. O pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, também prestigiou o ato.

A sessão solente  reuniu várias lideranças pedetistas, dentre elas o pré-candidato do PT ao governo do Rio Grande do Sul, Jairo Jorge,  os deputados federais gaúchos Pompeo de Mattos e Afonso Motta, e a deputada estadual Juliana Brizola, neta do líder trabalhista.

Em sua fala, Lupi destacou que, por lutarem pela melhoria nas condições de vida da população mais pobre, líderes como Brizola se tornaram alvos da intolerância e passaram a ser perseguidos pela elite que domina o Brasil.

Segundo Lupi, Brizola, assim como João Goulart e Getúlio Vargas foram grandes porque, embora tenham ascendido na sociedade, “jamais perderam a pureza do homem do campo ou abandonaram os vínculos que tinham com os que produzem os alimentos para a nação”.

O presidente do PDT também manifestou a sua preocupação com a desmoralização atual da política, questionando a quem interessaria exatamente esta desmoralização. Ele lembrou que, em vida, Brizola foi vítima de uma campanha intensa da mídia devido às suas ideias claras e concretas em defesa do Brasil, de seu povo e de suas riquezas naturais.

“Por conta de sua luta, Brizola foi isolado politicamente e tudo fizeram para desconstruir a sua boa imagem pública”, frisou Lupi, que, em seguida, questionou: “Será que as pessoas não se lembram do que fizeram com Brizola? Como, no Rio, o associaram a traficantes de drogas?”.

Sei como foi duro para ele ficar sozinho, isolado, sendo massacrado, apesar dos 15 anos que foi obrigado a viver no exílio sem ter como acompanhar direito o crescimento dos próprios filhos”, destacou.

“Como é duro constatar que, só agora, depois de morto, é que reconhecem o valor de Leonel Brizola. Ciro, Jairo Jorge, este é o desafio de vocês. Ciro, cada dia que passa acho você mais parecido com Brizola. Nas ideias e na coragem de desafiar os poderosos do sistema  financeiro que aprisionam a nossa sociedade.  A sua tarefa, Ciro, é fazer, em vida, aquilo que só muito tempo depois de morto reconheceram em Brizola a capacidade de fazer”.

“Tenho defeitos, mas também qualidades, entre elas, a da lealdade e da gratidão. Para mim, Brizola continua sendo mais do que referência política, foi referência de vida e por isso ele não morrerá nunca”.

Ciro Gomes destacou que qualquer brasileiro “que ame esse país” respeita Brizola como um dos construtores da pátria. “Esta homenagem faz jus a um desbravador, um homem corajoso e único que governou dois estados brasileiros deixando marcas nos dois. Brizola, velho amigo, precisamos de você!”.

“A memória de Leonel de Moura Brizola talvez seja o mais generoso dos sentimentos humanos com gratidão. Nada mais é do que fazer justiça ao desbravador, ao valente, ao audacioso, ao único brasileiro que governou dois estados”, discursou o pedetista, ressaltando que Leonel Brizola conseguiu governar também o estado do Rio de Janeiro com “brilho extraordinário” e “marcas históricas”.

Já o pré-candidato a governador Jairo Jorge, em rápido e detalhado pronunciamento, destacou as principais realizações do governo Brizola no Rio Grande do Sul, onde ele acabou com o analfabetismo de 50% da população gaúcha, na época, construindo milhares de escolas por todo o estado – um feito extraordinário realizado no curto período de quatro anos.

Jairo Jorge também lembrou que Brizola, com ousadia e coragem, atendendo a população gaúcha, expropriou as empresas de telecomunicações e de luz que prestavam péssimo serviço, lançando as bases para o desenvolvimento da indústria no Rio Grande do Sul.