Fevereiro: retrospectiva política


Por Hari Alexandre Brust
04/02/2019

02 de fevereiro de 1988

Foi aprovado pelo plenário da Constituinte, a emenda de autoria do Deputado Federal Carlos Alberto de Oliveira-Caó, eleito pelo PDT do Rio de Janeiro, estabelecendo que o racismo passava a ser um crime inafiançável e imprescritível. Constituição Federal de 1988, Artigo 5º, inciso 42. Loas ao saudoso e valoroso companheiro Caó, baiano da gema.

11 de fevereiro de 1990

Depois de cumprir 26 anos de prisão, Nelson Mandela é libertado pelo governo racista da África do Sul. Livre afirmou: “Quero relembrar minhas palavras durante o meu julgamento, em 1964. Elas são tão válidas hoje como àquela época. Eu disse: Lutei contra a dominação branca e lutei contra a dominação negra. Acalentei o desejo de uma sociedade livre e democrática, em que que todas as pessoas vivessem juntas, em harmonia e com oportunidades iguais. É um ideal pelo qual espero viver e ver se concretizar mas, se for necessário, é um ideal pelo qual estou disposto a morrer”. No Brasil estamos longe de emplacar o sonho de Mandela.

15 de fevereiro de 1981

Foi criado por Brizola, a JS –Juventude Socialista do PDT – Partido Democrático Trabalhista. Os líderes trabalhistas, sempre deram ênfase ao movimento social da juventude (só cresce quem renova). No PTB criado por Vargas, em 1945 os jovens do RS militavam na Ala Moça, da qual Brizola, aos 23 anos foi seu primeiro presidente e se elegeu deputado estadual aos 25 anos. Na década de 50, esse movimento passou a chamar-se Mocidade Trabalhista, tendo este militante, sido no RS, o seu último Presidente até o golpe de 1964.

17 de fevereiro de 1997

Os brasileiros perderam o mestre Darcy Ribeiro. Antropólogo, escritor e político, ao lado do baiano Anísio Teixeira, notabilizou-se pelo seu foco na educação. Foi Ministro da Educação e Chefe da Casa Civil do presidente João Goulart. Cassado pelo golpe militar de 1964, ficou exilado no Uruguai. No primeiro governo de Brizola no Rio de Janeiro, então vice-governador, criou os CIEPS – Centros Integrados de Ensino Público e fundou e implantou a Universidade do Norte Fluminense que leva o seu nome. Eleito Senador pelo Rio de janeiro em 1990, exerceu o mandato até a sua morte em 1997.

22 de fevereiro de 1954

Manifesto dos Coronéis, assinado por 42 militares, encabeçado pelo Cel. Golbery, exigiram do Presidente Vargas, a demissão do Ministro João Goulart pela proposta do aumento de 100% do salário mínimo. Getúlio atendeu os Coronéis, mas em 1º de maio concedeu o aumento. Esses mesmos Coronéis, promovidos a General, em 1964, derrubaram novamente Jango, nessa ocasião da Presidência da República. Uma vez golpista, sempre golpista.

24 de fevereiro de 1932

O Presidente Getúlio Vargas, através do decreto 21.076, instituiu o voto secreto, o direito das mulheres votar e serem votadas. A conquista do voto feminino, foi o resultado de uma luta iniciada antes da Proclamação da República. O momento político é propicio para as mulheres, além de votar serem votadas.

                

Hari Alexandre Brust, é membro da Executiva Estadual do PDT e presidente da Executiva Municipal de Salvador