Em entrevista, Gustavo Fruet fala sobre futuro do País após pandemia


Riomafra Mix
06/08/2020

Em entrevista exclusiva ao Riomafra Mix, o deputado federal Gustavo Fruet (PDT-PR) falou sobre o papel do congresso durante a pandemia, a polarização política que o país atravessa e sobre os rumos da gestão de Bolsonaro no Governo Federal. Segundo o deputado, a Câmara de Deputados teve papel fundamental para diminuir os impactos da pandemia na vida da população.

“A avaliação do congresso nesta crise foi rápida e positiva, principalmente pela falta de uma agenda clara do governo no início da pandemia. Decretamos estado de calamidade pública, votamos pelo repasse de recursos para empresários e prefeituras, eliminamos as restrições da Lei de Responsabilidade Fiscal e aprovamos auxílio emergencial de R$ 600 para apoio imediato a mais de 55 milhões de brasileiros”, afirmou o deputado.

Apesar de todas as ações da Câmara para auxiliar a população, Fruet acredita que os impactos da crise ainda vão perdurar por anos. “Por mais que a economia retome, ela não vai retomar com a intensidade necessária. Com certeza, terá consequências e afetará as contas públicas e a vida das pessoas. Temos que enfrentar este momento conscientes de que haverá problemas, mas que podemos passar por isso”, disse o pedetista.

Dentre os impactos causados pela pandemia, Gustavo aponta algumas mudanças para o futuro do país. “Primeiramente, teremos mudanças no aspecto de gestão e na economia. Quem assumir as prefeituras a partir do ano que vem, com certeza terá os dois primeiros anos bem difíceis. Não haverá linha de recursos por parte dos governos estaduais e federais e as emendas provavelmente serão cortadas. A relação social das pessoas também vai mudar, mas um fator positivo será a solidariedade e o cuidado com a vida coletiva. Eu espero que esta mudança de comportamento também ajude a quebrar com o extremismo e radicalismo pelo qual passa nossa sociedade”, declarou Fruet.

Polarização política

Gustavo acredita que é preciso diminuir a polarização que o Brasil atravessa. Para ele, não é simples romper, porque a polarização alimenta quem está no poder e quem está na oposição. “É o que chamo de populismo, um discurso fácil, simples e raso, onde não conseguimos avançar e ter canais de diálogo para a construção de alternativas. A pandemia quebrou um pouco dessa lógica e nesse cenário de crise, deputados e senadores conseguiram estabelecer uma convergência de ideias mesmo com ideologias e pensamentos totalmente opostos. Isso mostrou que é possível ter um diálogo”, destaca.

O deputado afirma ainda que o processo de polarização e radicalização no país e no mundo, está diretamente ligado ao uso das redes sociais. “Hoje é possível traçar o perfil de cada pessoa nas redes sociais. Se alguém é propenso a ser favorável ao governo, vai receber as informações favoráveis ao governo. O mesmo acontece com quem é contra. Isso está expondo à população a determinadas tendências, a tribos e à radicalização. Pode reparar, quem adotou nas eleições discursos radicais e de conversa fácil, cresceu muito e ganhou muito apoio popular. Mas acho que diante desse cenário, as pessoas vão começar a refletir mais e ter um pé atrás com informações e notícias difundidas na internet”, disse.