Dilma: “Precisamos nos manter vigilantes e resistir às provocações”

A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem (1/4) que a democracia no Brasil está “ameaçada” e que as regras do jogo não podem ser rompidas, porque, caso contrário, torna a relação entre as pessoas “problematizada”. Ela lembrou que, na ditadura, a relação é de imposição e que não há democracia “quando o direito de alguns é atropelado pelo arbítrio de outros”.

“Hoje, precisamos nos manter vigilantes e oferecer resistências às tendências antidemocráticas e às provocações. Nós não defendemos qualquer processo de perseguição de qualquer autoridade porque pensa assim ou assado. Nós não defendemos a violência. Eles (os opositores) defendem. Eles exercem a violência. Nós, não. Sem democracia, a estrada das lutas pela igualdade, contra o preconceito será muito mais difícil. Por isso, nós não vamos permitir que nossa democracia seja manchada”, disse Dilma, que enfrenta um processo de impeachment na Câmara dos Deputados.

Ela discursou para uma plateia de representantes de movimentos sociais e sindicais ligados ao campo e integrantes de comunidades quilombolas e do movimento negro que gritaram “Não vai ter golpe, vai ter luta” e “Viva a democracia”.  Esta semana, Dilma recebeu o apoio de intelectuais e artistas e de movimentos sociais ligados à moradia. Na semana passada, juristas foram ao Palácio do Planalto em defesa de Dilma e contra o impeachment.

Ao todo, a presidente Dilma assinou 25 decretos na cerimônia desta sexta referentes à desapropriação de terras para a reforma agrária nos estados de Goiás, Pernambuco, Maranhão, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Pará, Ceará, Bahia, Mato Grosso do Sul, Sergipe, Paraíba e Paraná.

Outros quatro decretos foram assinados para a regularização de quatro comunidades quilombolas nos estados de Sergipe, Pará, Rio Grande do Norte e Maranhão (nas quais estão presentes 799 famílias).

No evento, o governo também lançou o edital do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), por meio do qual serão disponibilizados R$ 4 milhões para projetos de promoção da igualdade racial no país.