De política à economia, Ciro fala de propostas em programa de TV


Silmara Cossolino
02/08/2018

Ciro Gomes foi o entrevistado da GloboNews na noite desta quarta-feira (1º). O pedetista falou sobre economia, empregos, impostos, educação e segurança. A emissora entrevista, nesta semana, os presidenciáveis que disputam uma vaga ao Palácio do Planalto.

O pedetista foi sabatinado por oito jornalistas, tendo Miriam Leitão como mediadora. Boa parte do programa foi centrado em questões políticas e logo na abertura, foi questionado sobre o acordo entre o PT-PSB, de neutralidade no primeiro turno.

“Eu desejo muito o apoio do PSB. Por quê? Porque o PSB é um partido que tem afinidade históricas com o trabalhismo e o PDT; é um partido que eu integrei. Como nós, estão preocupados com a degradação de uma certa esquerda, mais tradicional no Brasil. No momento em que vos falo, não recebi nenhuma carta confirmando isso. Estou aguardando. Se isso se confirmar, é um revés, mas não me abate nem me surpreende”, disse.

Após trinta minutos de perguntas onde a maioria se referia à coalizão, Ciro também teve que responder sobre uma falsa polêmica criada em torno de uma frase que disse a uma emissora de televisão, no sentido de que é preciso devolver os poderes da República às suas devidas caixinhas.

“Organizar a casa significa restaurar a funcionalidade dos poderes do estado nacional de brasileiro. Voltar para a caixinha é uma metáfora que quer dizer cada um voltar para suas atribuições institucionais”, explicou.

Quase no final do primeiro bloco, o tema economia entrou em pauta. Ciro respondeu sobre fundos de pensão, aposentadoria, dívida pública. Disse que o Brasil tem hoje um déficit primário de aproximadamente dois por cento do PIB, além de cobrar “esmagadora quantia de dinheiro” de quem produz e trabalha, fazendo a menor taxa de investimento desde 1947 – a menor da história, apontou.

“O mundo inteiro cobra lucro e dividendos empresariais, só o Brasil e a Estônia que não cobram. Eu vou propor cobrar”, disse. “Vou cortar todas as despesas que eu achar ociosa”, completou.

Reforma trabalhista – Entre os temas debatidos, Ciro criticou a reforma trabalhista, a qual chamou de “selvageria” a forma pela qual foi aprovada pelo Congresso Nacional. Disse que se eleito, vai tocar em alguns pontos e que construirá, junto com população e o setor empresarial, uma nova reforma que faça o Brasil produzir dignamente.

“É razoável autorizar, na reforma trabalhista, o patrão alocar uma senhora grávida num ambiente insalubre? Eu vou chamar para discutir os pontos que não são razoáveis”, apontou.

“Essa chamada reforma trabalhista é uma selvageria. Temos que modernizar. Agora introduzir o trabalho intermitente está virando na prática que o que o cidadão está trabalhando quinta, sexta e sábado para ganhar um salário mínimo e está colocando do bolso a contribuição previdenciária”, ressaltou.

Durante o debate econômico, Ciro citou dados da situação do país, dentre os quais, os mais de 60 milhões de brasileiros que estão com nome no SPC ou Serasa. No primeiro semestre de 2018, o número subiu para 63,6 milhões de brasileiros com o CPF restrito para fazer compras a prazo ou contratar crédito. Falou sobre a informalidade no país e que já são quase 34 milhões trabalhando sem carteira assinada.

Ao final do programa, teve a oportunidade de falar sobre suas aspirações. “O Brasil que quero é o que proteja seus filhos, que tire as crianças das ruas. O Brasil tem todas as riquezas. Quero devolver a felicidade ao povo brasileiro”.