Ciro assina Termo de Compromisso para garantir direitos da primeira infância

O documento foi entregue por Miriam Pragita da Rede Nacional pela Primeira Infância


Por Silmara Cossolino
29/08/2018

O candidato do PDT à presidência da República, Ciro Gomes, assinou nesta quarta-feira (29), em Brasília, um Termo de Compromisso que garante a criação e implementação de políticas públicas para fortalecimento dos direitos da criança na chamada Primeira Infância – que vai do nascimento até os seis primeiros anos de vida. O documento foi entregue por Miriam Pragita da Rede Nacional pela Primeira Infância.

O ato aconteceu durante encontro com reitores na Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Na ocasião, o presidenciável recebeu da entidade o documento “Educação para a democracia e o desenvolvimento”, com propostas dos reitores e reitoras das universidades federais para o desenvolvimento econômico e social do Brasil nos próximos anos.

No evento, Ciro teve a oportunidade de apresentar uma de suas principais propostas para a área da educação: escola em tempo integral profissionalizante e com estágio remunerado para ajudar o jovem a adquirir a primeira experiência para entrar no mercado de trabalho.

E, antes de começar o debate com os reitores, ele conversou com jornalistas, onde teve a oportunidade de falar sobre suas metas na área de educação.

“Se eu tiver um real, tiver que sacrificar tudo mais, vou fazer como estamos fazendo no Ceará: aplicarei em educação. O Ceará tem 77 das 100 melhores escolas básicas do Brasil apuradas pelo Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] e o melhor Ideb do País é o da minha cidade, que está encravada na pobreza do semi-árido. Isso se faz buscando dois movimentos que eu pretendo fazer no Brasil, sendo o Ceará um dos estados mais pobres”, afirmou aos jornalistas.

“Portanto, tenho todo compromisso de tentar buscar um padrão de universidade pública compatível, como por exemplo, com o tamanho da Colômbia, que dá vagas para 42 garotos de 18 a 25 anos, enquanto o Brasil só dá vagas a 21”, disse.

Nesse contexto, se comprometeu a criar vagas em escolas, em tempo integral profissionalizante, e com três refeições, assistência médica odontológica, cultura e lazer e estágio remunerado pelo governo nas empresas.

“É para ajudar o jovem a adquirir a primeira experiência sem a qual ele não vai entrar no mercado. Se o Ceará, que é muito pobre e já está fazendo isso, muito mais será capaz o Brasil de fazer”, afirmou.

O presidenciável disse que é preciso preparar o estudante para que ele pense e passe a olhar criticamente a vida, o que requer uma reestruturação de todo o magistério com seus estímulos.

“Primeiro, tem que haver uma mudança profunda do paradigma da realidade pedagógica, ou seja, que tipo de escola nós oferecemos ao filho do trabalhador e ao filho da classe média que não dão conta de pagar a mensalidade escolar. Essa escola do decoreba, em tempos de Google, não existe mais”, apontou.

A segunda questão, para o candidato, são metas objetivas do Plano Nacional de Educação do Brasil que, segundo ele, já estão atrasadas.

“Começa desde a creche, em tempo integral, e meu compromisso é antecipar as metas para que haja 50% de matrículas para todas as crianças de zero a três anos, que é quando se formam as aptidões do cérebro da criança e até a universidade”, disse, reforçando que estas instituições estão passando pelo constrangimento, “absolutamente criminoso”, da emenda 95, que proíbe a expansão de investimentos em educação por vinte anos.

Recursos – Questionado se vai ter dinheiro para tal demanda, voltou a afirmar a necessidade de revogar a emenda 95.

“O dinheiro vem de um conjunto de propostas que também estão no meu compromisso e eu sou uma pessoa muito séria. Eu não ando prometendo o que eu não posso fazer. Eu só prometo o que eu estudo e sou capaz de fazer”, ratificou.

Ciro falou sobre a necessidade de criar um imposto sobre lucros e dividendos empresariais. Ele estima arrecadar ao redor de R$ 50 bilhões por ano com a medida. Também pretende criar um tributo sobre as grandes heranças acima de R$ 2 milhões.

“E eu quero passar um pente fino em R$ 354 bilhões que hoje o governo dispensa de cobrar dos mais ricos, dos impostos que já existem na lei. Se eu conseguir o êxito de passar um pente fino nisso e tirar só R$ 40 bilhões, R$ 50 bilhões, ai está o fecho por onde eu vou tirar o Brasil do desequilíbrio das contas. E vou priorizar cada centavo para educação do povo brasileiro”, finalizou.