“A elite não perdoa: pobre nasceu para morrer pobre”, diz Lupi

A abertura da Etapa Nordeste do 5º. Congresso Nacional do PDT foi marcada esta noite (20/10) pelo forte tom do pronunciamento do presidente licenciado, ministro Carlos Lupi, que pediu aos pedetistas de nove estados nordestinos presentes que tenham em mente de onde o PDT vem, quais são suas causas e qual o projeto de Nação o partido defende.

O encontro foi aberto pelo deputado André Figueiredo, presidente em exercício, que dedicou a Etapa Nordeste, hoje e amanhã em Fortaleza, à memória de Jackson Lago, ex-governador maranhense, referência política para todo o PDT e região.

André disse aos companheiros de partido que por mais que tentem macular a imagem do PDT, por sua eterna luta em defesa do trabalhador, a resposta vem no crescimento e fortalecimento da legenda. “Não minguamos, ao contrário, crescemos cada vez mais”.

O atual presidente ainda apontou os exemplos históricos e atuais, como o ex-governador Ronaldo Lessa, mas disse que a figura de Carlos Lupi sintetizava esses bons exemplos. “Lupi está levando uma sova danada, mas vem peitando, como Brizola, as críticas da imprensa”, disse André, reforçando que Lupi e Manoel Dias são dois guerreiros incansáveis.

Manoel Dias lembrou da primeira fase do 5º. Congresso Nacional do PDT, em Porto Alegre, da homenagem aos 50 anos da Legalidade, “o maior exemplo cívico deste país”. Falou das próximas Etapas Regionais, possivelmente em Belém (Norte e Centro-Oeste) e São Paulo (Sul e Sudeste), em março e abril, e da última fase deliberativa do Congresso, em Brasília, durante os dias 10, 11 e 12 de maio de 2012.

Maneca lembrou ainda da Conferência Nacional de Educação que o partido vai promover no dia 21 de novembro, em Brasília, para discutir o Plano Nacional de Educação, preparar propostas e criar um movimento partidário para colaborar com a política de escola pública de tempo integral.

Segundo o secretário e também presidente da Fundação Brizola Pasqualini, as atividades programadas têm a intenção de dar ao partido o espaço que lhe é de direito na vanguarda do debate político brasileiro.

Ao concluir convocou os presentes para os trabalhos de amanhã cedo (veja programação) e disse que não se pode esquecer que o PDT tem de ser a “ferramenta de transformação para o povo sofrido e excluído do país”.

Carlos Lupi começou sua fala afirmando que o PDT não é só um partido eleitoral, pois tem consistência ideológica. “Hoje a gente precisa falar dos nossos princípios”, refletiu o ministro, afirmando que não é fácil um partido completar mais de 30 anos, “porque os partidos são criados em torno de lideranças e não de causas, como o trabalhismo, que nasceu com Getúlio Vargas”.

Lupi disse que uma nação nada mais é do que o legado de milhões de trabalhadores que a ajudaram a construir. ”Nós somos uma nação que busca a liberdade de seu povo. Nós do PDT temos um projeto coletivo e comprometido com o trabalhador”, garantiu, reforçando que a diferenciação se dá na medida do projeto coletivo que se tem, que indica “quem somos, de onde viemos e o que queremos. Somos a única corrente que tem amor aos seus mortos porque o passado alimenta o nosso presente”.

Ao se referir às críticas que vem sendo alvo, Lupi disse que “a elite que tem ódio das nossas idéias”. Disse se angustiar pelo PDT não ter estrutura capaz de desmoralizar aqueles que não são fiéis à causa do trabalhador e às ideias libertárias. “A elite não perdoa. Para eles, pobre nasceu para morrer pobre”.

Concluindo, Lupi desabafou dizendo que foi muito bom acompanhar o ex-presidente Lula na cerimônia de entrega do título de doutor honoris causa pelo Instituto de Estudos Políticos (Sciences-Po), o maior da França. “O Brasil sendo reverenciado em Paris pelo filho de ninguém, por um trabalhador”.