Fundação inicia ciclo de debates sobre 25 anos do direito de resposta de Brizola à TV Globo


Fabio Pequeno
25/02/2019

A Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini do Rio de Janeiro (FLB-AP RJ) iniciou, na última quinta-feira (21), em sua sede, no Rio, um ciclo de debates para 2019 com o tema: “25 anos do Direito de Resposta e Reforma da Mídia”. No evento, estiveram presentes os jornalistas Fernando Brito, Osvaldo Maneschy e Miguel do Rosário do site político “O cafezinho”. O debate foi mediado por Everton Gomes, vice-presidente da FLB-AP (RJ) e Fernando Medonça da página Cirão Carioca, no Facebook.

Na ocasião, Osvaldo Maneschy, um dos debatedores do evento, destacou características importantes de Brizola na sua trajetória.

” Não foi milagre Brizola ter saído do nada na primeira pesquisa de intenção de votos para Governador e ter ganhado a eleição;mas, sim, o exercício prático de priorizar a comunicação e não ceder jamais. Brizola era de fácil entendimento, gostava de falar e tinha uma visão além do seu tempo. Em seus discursos, passava para o povão a sua obstinação em defender o certo. Brizola era incorruptível – e isso os Marinho não podiam admitir. Assim, declaram guerra através de seus editoriais”, afirmou.

Fernando Brito, editor do blog “Tijolaço”, descreveu em sua fala, o momento exato de quando assistiu Cid Moreira ler o direito de resposta.

“Assistir ao Cid Moreira ler o direito de resposta no horário nobre foi uma das melhores sensações da minha vida. O telejornal porta-voz da ditadura foi obrigado a ceder o espaço para aquele seu chefetinha nomeado inimigo público número um. Quando soubemos que iria ser lido, não sabíamos o que fazer: era uma loucura. Para ter ideia, não tínhamos nem como gravar”, disse.

Já o jornalista Miguel do Rosário, disse que o episódio é um exemplo a ser seguido pelos profissionais que se dedicam a combater o que ele define por jornalismo hegemônico –patrocinado por grupos financeiros, que tende a influenciar a opinião pública seus interesses.

“Se analisarmos o caso direito de respostas, vamos entender como a comunicação da esquerda deve ser feita. Hoje, nos deparamos com diversos setores se comunicando de forma ineficiente. Um bom exemplo são os sindicatos: os quadros que comandam a comunicação não têm qualquer tipo de estratégia. Estão mais preocupados na qualidade do jornal. São jornais feitos em papel couchê! Enquanto cada um ficar na sua bolha, nós seremos derrotados”.

Ao final do debate, Everton Gomes agradeceu aos convidados e formalizou um convite, em nome da Fundação, para que este tema seja levado para além dos “muros do partido”.

“Em nome da FLB-AP Rio de Janeiro, quero agradecer os esclarecimentos e análise do momento que foi o direito de resposta e suas consequências para a comunicação política. Quero, também, já iniciando a mudança na forma com que a nossa Fundação faz sua comunicação, fazer um convite formal a vocês para que possamos levar esta história e seus desdobramentos, tão necessários, para outros locais”, concluiu.

Assista aqui o direito de resposta de Brizola